O Pilates já nasceu estreitamente ligado ao tema da respiração. O seu criador, Joseph Hubertus Pilates, foi uma criança raquítica e asmática e passou sua vida pesquisando atividades físicas que melhorassem sua função respiratória e como consequência, o seu desenvolvimento corporal. Podemos dizer que foi muito bem sucedido em sua busca uma vez que posteriormente tornou-se modelo para aulas de anatomia.
Pilates, Respiração e Saúde:
A respiração é frequentemente automática e inconsciente, mas também pode ser um ato voluntário e consciente.
Ela normalmente se distribui em três planos principais: anterior-posterior, lateral e superior-inferior. Nenhuma dessas respirações sozinha é a correta nem totalmente nociva ou boa; precisamos saber equilibrá-las, otimizá-las e diferenciá-las, desenvolvendo a consciência do momento em que cada uma delas é mais indicada ou necessária.
Ela normalmente se distribui em três planos principais: anterior-posterior, lateral e superior-inferior. Nenhuma dessas respirações sozinha é a correta nem totalmente nociva ou boa; precisamos saber equilibrá-las, otimizá-las e diferenciá-las, desenvolvendo a consciência do momento em que cada uma delas é mais indicada ou necessária.
Com o Pilates, buscamos um equilíbrio desses três planos respiratórios.
A respiração pode ser enfatizada e utilizada
como instrumento para atingir
qualidade na execução dos movimentos.
O contrário também acontece, pois movimentos adequados do tronco estimulam e ampliam a entrada e a saída de ar dos pulmões.
Uma respiração bem trabalhada explora movimentos laterais, inferiores e posteriores da nossa “cesta” torácica, um forte complexo de tecidos corporais do qual participam os ossos das costelas, da coluna e do peito, o esterno.
Naturalmente mais rígida, por sua função de proteção dos nossos órgãos vitais, a mobilidade desta estrutura no entanto é fundamental para a saúde e eficiência em praticamente todas as nossas funções na vida.
A respiração profunda ou forçada
é um excelente treino para os abdominais.
Quando expiramos com mais força e colocamos as mãos na barriga, sentimos a ação destes músculos, que são os que nos curvam para frente promovendo a flexão de coluna.
A expiração então pode facilitar a mobilização da coluna em flexão. Por outro lado, a inspiração profunda faz o peito subir e a coluna iniciar um arco para cima e para trás, e essa respiração pode auxiliar na realização do movimento de extensão da coluna, que é tão importante para alcançar um objeto em uma prateleira acima da cabeça, quanto para nadar ou realizar o exercício de Pilates chamado de Swimming, por exemplo.
Ao mesmo tempo que a respiração pode facilitar a execução dos movimentos, pode também, quando utilizada ao contrário, servir de elemento desafiador. A respiração assim, além de ser usada na mobilização da coluna em planos múltiplos de movimento simples ou combinados, contribui com a estabilização da coluna ou organização de quem se move, utilizando os mesmos princípios acima expostos.
Para exemplificar, suponhamos que alguém com pouca experiência corporal, ao elevar o braço acima da cabeça desorganize o tronco projetando excessivamente as costelas para frente. Poderíamos usar a expiração forçada nesta ação para evitar este erro.
Desta forma, economizamos gasto energético tornando mais eficiente e segura a execução tanto de movimentos comuns do dia à dia, quanto das atividades esportivas ou mesmo de exercícios.
Pilates nos auxilia na devolução aos sedentários, aos fumantes e ex-fumantes, às gestantes no terceiro trimestre e a tantas outras pessoas que com frequência não respiram de forma eficaz, uma organização corporal mais eficiente, com estratégias motoras que promovem uma otimização da respiração e resultam na melhoria da qualidade de vida.
A respiração é também responsável
por importantes mudanças fisiológicas.
A inspiração e expiração consistentes e plenas auxiliam a nutrição celular e a eliminação de impurezas e subprodutos do metabolismo. Pilates chamava esse mecanismo de limpeza de “chuveiro interno” que revigora e rejuvenesce a mente e o corpo.
A respiração profunda ou forçada otimiza a troca de gases O2 e CO2. Quando essa troca é mais eficiente, o resultado é uma melhora do humor, da imunidade, da saúde dos mais diversos tecidos corporais.
Quando nos exercitamos, estimulamos a produção de substâncias tais como endorfina e seratonina, que aliadas à oxigenação corporal, nos tornam mais produtivos mental e fisicamente, e aumentam nossa sensação e percepção de prazer. atuando na diminuição dos sintomas de dor, depressão, irritação e cansaço tão comuns entre os que utilizam a respiração acessória como fonte principal.
Movimentar a coluna de forma segmentada através de exercícios específicos e respirar profundamente são recursos do Pilates que também estimulam o sistema nervoso autônomo. Este sistema que fica aconchegado à nossa coluna é responsável por regular funções como o sono, o relaxamento, os batimentos cardíacos, a circulação, a digestão, a eliminação dos dejetos, nossa produção de hormônios.... tantos elementos indispensáveis ao equilíbrio e o bom funcionamento do organismo.
Segundo Alexander Lowen, em seu livro Prazer – Uma abordagem Criativa da Vida, de 1970, “ As sensações são determinadas pela respiração e pelos movimentos.....Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade. Essas verdades não podem ser ignoradas se valorizamos a vida e o prazer....A respiração profunda carrega o corpo e literalmente faz com que tenha vida”.
Quando a respiração é limitada, ela compromete a mobilidade e a vitalidade de todo o corpo.
A prática constante e adequada de Pilates nos ajuda a relaxar, sensibilizar, desacelerar o ritmo em todas as áreas do nosso viver.
Cito aqui uma frase de profunda beleza e significado, que escutei de Márcia Santiago, amiga e educadora da Physio Pilates, que revela a importância desse tema: “A respiração é o nosso primeiro e último ato de vida”.
Fonte: Alice Becker
Fonte: Alice Becker
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Ola Roberto gostei muito do post. Estava atras de algo que me ajudasse a explicar a alguns alunos "teimosos" hihi que iinsistem ou tem dificuldade em inspirar pelo nariz e expirar pela boca, ou seja fazem as duas fases sempre pelas narinas. Qual a importancia de expirar pela boca? o que vc acha? Obrigada cumprimentos
ResponderExcluira regra principal é inspirar pelo nariz.
ResponderExcluirExpirar pode ser pelo nariz ou pela boca (tanto faz).
Por que? Porque o ar ao passar pelas fossas nasais (e tb pelos seios paranasais), além de ser filtrado, é aquecido e umidificado (misturado com vapor d'água).
Esse aquecimento e a umidificação têm a finalidade de colocá-lo à temperatura do organismo.
Inspirar com a boca aberta dá entrada a um ar frio, mais poluído e não umidificado.
Quem respira com a boca aberta (ao dormir principalmente), além dos prejuízos para a respiração pode amanhecer com dor de garganta por ter resfriado a orofaringe e as amídalas.
Atenciosamente
Roberto Quintana e equipe