domingo, 28 de agosto de 2016

RELAÇÃO ENTRE A POSIÇÃO DA MANDÍBULA E A POSTURA CORPORAL

Relação entre a posição da mandíbula e a postura corporal



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Do ponto de vista evolutivo, a postura vertical dos seres humanos exigiu profundas mudanças em componentes estruturais do crânio e do corpo. 

Com a mudança do centro de gravidade, a postura bípede, ereta, necessitou então de um alinhamento de todas as estruturas corporais ao longo de um eixo vertical e, para poder equilibrar a cabeça no ponto mais alto dessa estrutura, uma mudança no formato do crânio ocorreu. 

Isso implicou sérias modificações nos maxilares, nas vias aéreas e novas vias neuromotoras que deveriam controlar o sinergismo muscular de forma a manter o equilíbrio vertical e ainda assim permitir que o indivíduo estivesse pronto para se movimentar.



Todas essas mudanças implicaram a incorporação do sistema mandibular na parte pré-cervical do sistema postural. O maxilar inferior, além de ser a ferramenta natural para esmagar os alimentos, tornou-se então um componente estrutural do mecanismo de postura da cabeça.

Com isso o trajeto das vias aéreas, que nos quadrúpedes se encontra basicamente na horizontal, precisou se “torcer” para manter a nova angulação da cabeça e recuar para acomodar os maxilares mais curtos, criando uma curiosa relação com a articulação temporomandibular, pois os côndilos ( ou cabeças) mandibulares evoluíram para transladar, ou seja, se mover para longe da fossa articular, fazendo com que o ponto de rotação da mandíbula seja próximo ao centro do ramo mandibular e não nos côndilos. Abrir a boca rotacionando apenas nos côndilos implicaria um abaixamento e recuo acentuado do queixo com compressão das vias aéreas .

Atualmente a ciência possui novas evidências quanto a relação das vias aéreas e da ATM com relação à postura do corpo. Se sabe, por exemplo, que a mandíbula é parte integral do sistema postural, que gera movimentos compensatórios durante a locomoção e cuja condição da ATM e relação muscular com o osso hióide, interfere na respiração e na capacidade motora e força cervical. Então por quê a confusão com a oclusão?

O que leva muitos dentistas da OFM e fisioterapeutas a perceberem na prática clínica uma relação entre a oclusão e a postura é o fato de que muitas dessas más oclusões são consequências de patologias da ATM e de alterações das vias aéreas, estas sim, as verdadeiras causas das alterações posturais. Muitos são os exemplos que podem ser utilizados para ilustrar essa situação:

Os retroposicionamentos condilares traumáticos e processos degenerativos articulares podem produzir uma “má oclusão de classe II”, em função da retrusão mandibular e com isso afetar também as vias aéreas; as obstruções nasais, com consequente respiração bucal, costuma produzir uma má oclusão do tipo “mordida aberta anterior” e assim por diante…

Esses fenômenos sim são justo aqueles que o dentista ou fisioterapêuta observa na clínica: um paciente com uma má oclusão e uma má postura, que parecem estar relacionadas, mas é preciso entender que a má oclusão em si é também uma consequência e não a causa da situação. As artropatias temporomandibulares e alterações respiratórias são os verdadeiros responsáveis pelas alterações posturais.
Fonte: patologiadaatm.com.br









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