ROUPA ESPECIAL DE ASTRONAUTAS AJUDA CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL A ANDAR

O equipamento foi criado na década de 70 

pelos russos para evitar que os astronautas 

sofressem de flacidez e atrofia muscular 

por causa da falta de gravidade.

Um traje desenvolvido para astronautas russos está sendo utilizado no tratamento de crianças com paralisia cerebral.

Com esse equipamento elas conseguem andar.

Mesmo ajudada pela fisioterapeuta, Ana Vitória caminha com muita dificuldade. Agora com a roupa a postura melhorou e os passos são dados com mais confiança.

"Ela se sente mais segura para isso, porque ela não fica com aquele medo, já ajuda na postura dela", diz Nadjane de Jesus, analista de dep. pessoal.

Este traje diferente, cheio de elásticos, foi criado na década de 70 pelos russos para evitar que os astronautas sofressem de flacidez e atrofia muscular por causa da falta de gravidade. As tiras elásticas ligam tronco, cintura, joelhos e pés. Mesmo parado, o corpo faz esforço. 

Os médicos não demoraram a descobrir que a roupa também poderia ajudar crianças com paralisia cerebral a andar e hoje ela já é usada no mundo todo.

"Forma-se um novo esquema corporal 

dentro do sistema nervoso, 

fazendo com que gere padrões de movimento, 

permitindo então que as crianças 

 possam adquirir uma marcha" 

"Possam andar", conta Daniela Matsuda, médica.

Esta organização não governamental de Salvador, que dá assistência a 400 crianças com necessidades especiais, recebeu 60 trajes doados pela empresa russa que hoje detém a patente da roupa.

A Ong de Salvador é a primeira instituição da América Latina a trabalhar com este equipamento. A ideia é associar a terapia com o traje às outras formas de tratamento que a organização oferece desde que foi criada, há nove anos.

Fisioterapia tradicional, fonoaudiologia, atividades esportivas e culturais. Tudo isso vai complementar o trabalho com a roupa especial, que dura de dois a três meses, dependendo de cada caso.

"Com fisioterapia convencional, levaria um ano e meio, dois anos, para fazer uma criança andar. Com o traje, nós conseguimos abreviar isso e dar uma independência para a criança e para a família, em termos de inclusão social, muito mais rápida" diz Pedro Guimarães, presidente da Ong.

Fonte:jornal hoje