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Todas as vezes que o jogador Ronaldo Nazário machucou seu joelho e foi operado, ele voltou ao Brasil para fazer fisioterapia.
Luis Fabiano, que joga no futebol espanhol, fez o mesmo. Como eles, muitos outros atletas brasileiros que treinam no exterior preferem fazer sua recuperação em nosso país.
Não é à toa, pois o Brasil está entre os melhores países em matéria de profissionais e de técnicas para a recuperação de lesões.
"A fisioterapia evoluiu muito nos últimos 15 anos, e, no decorrer desse tempo, os profissionais brasileiros estiveram sintonizados com as mudanças. Em algumas áreas, como é o caso da de recuperação de atletas, estamos à frente de muitos países", afirma o fisioterapeuta Maurício Garcia, 44 anos, coordenador do setor de Fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicinado Esporte, de São Paulo.
O Brasil está entre os melhores países
em matéria de profissionais e de técnicas
para a recuperação de lesões.
O profissional tem como principal função prevenir, diagnosticar e tratar disfunções do organismo causadas por acidentes, malformação genética, vícios de postura ou distúrbios neurológicos, cardíacos ou respiratórios.
Para isso, o fisioterapeuta recorre ao uso adequado de meios físicos, como calor, frio, choque, água ou aparelhos de ginástica para a recuperação.
"A ideia é capacitar a pessoa
que tem algum problema
para as atividades da vida diária."
Trabalhando em hospitais, clínicas, centros de reabilitação ou clubes esportivos, geralmente em equipe com outros profissionais de saúde, o fisioterapeuta tem uma rotina diária movimentada.
Com muitos pacientes para cuidar, é comum ter de atender em sessões marcadas em horários pouco usuais como no início da manhã,à noite ou, no caso em que o tratamento do paciente deve ser contínuo, nos fins de semana. Segundo Maurício Garcia:
"É importante criar uma fidelização com seu cliente",
A empatia é primordial para o bom trabalho do profissional e a melhor recuperação do paciente, que pode ser tanto crianças como adultos que passaram por alguma lesão, idosos, gestantes ou pessoas com deficiência.
Outro campo em que é possível a atuação do fisioterapeuta é o laboral. Nesse caso, ele trabalha em empresas prevenindo acidentes de trabalho e promovendo a correção de postura dos funcionários.
O mercado de trabalho
O mercado está estável em razão do grande número de estudantes formados anualmente nos muitos cursos de Fisioterapia espalhados pelo Brasil.
Um setor que tem contratado o graduado é o hospitalar. Ele é admitido para cuidar de pacientes críticos em unidades de terapia intensiva e de doentes em enfermarias e ambulatórios. Para isso, precisa dominar conhecimentos e técnicas nas áreas respiratória, neurológica e músculo-esquelética.
"O profissional com essas habilidades é absorvido com mais facilidade pelo mercado de trabalho, já que pode atuar em diversos setores do hospital", afirma Carolina Lu, vice-coordenadora do curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo (USP).
A atuação do fisioterapeuta também vem crescendo no campo da estética, no qual ele lida com tratamentos para celulite e recuperação de pacientes que se submeteram a cirurgia plástica.
Outros nichos, como a geriatria (cuidado com idosos) e a saúde do trabalho, oferecem boas oportunidades ao fisioterapeuta.
"As grandes empresas perceberam que
investir na prevenção das doenças no trabalho
é muito mais econômico do que
bancar o afastamento de seu funcionário"
explica Sérgio de Souza Pinto, diretor do curso de Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo.
Segundo ele, a ortopedia é outra área que sempre oferecerá trabalho, pois a maioria das lesões tratadas pelo profissional ocorre nessa especialidade médica.
As unidades básicas de saúde são um atrativo para o bacharel.
Em 2008, o município de São Paulo abriu 20 vagas para fisioterapeutas, e na cidade de Belo Horizonte foram abertas 150 vagas.
O mercado é mais receptivo no Sudeste, que concentra cerca de um terço das instituições de ensino que formam fisioterapeutas.
Mas, como essa região é bastante concorrida, uma alternativa é migrar para outras cidades do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, que estão menos saturadas. "Nessas localidades, é possível iniciar a carreira com mais facilidade", diz Carolina Lu.
O curso
As disciplinas das ciências biológicas e da saúde constituem a base do currículo. Assim, espere muita aula de biologia, anatomia, fisiologia, patologia e histologia, principalmente no primeiro dos quatro anos de curso.
Você estuda saúde pública, recursos terapêuticos manuais, neurologia, ortopedia e traumatologia.
A partir do segundo ano, aumenta a carga de aulas práticas, nas quais se aprendem técnicas de tratamento, como a massoterapia (massagem), termo terapia (aplicação de calor ou frio) ou hidroterapia (por meio da água). O estágio é obrigatório no último ano e, normalmente, feito em clínicas das próprias faculdades ou em hospitais conveniados.
O que você pode fazer
Cardiologia e pneumologia
Tratar pacientes nas fases pré e pós-operatória. Prescrever e aplicar exercícios ligados aos aparelhos respiratório e circulatório.
Dermatologia
Aplicar massagens e aparelhos de raios infravermelhos, ultravioleta e laser para reduzir lesões e acelerar a cicatrização de queimaduras e cortes cirúrgicos.
Fisioterapia esportiva
Prevenir lesões e reabilitar atletas machucados.
Fisioterapia do trabalho
Prevenir e tratar doenças relacionadas com o trabalho, como as lesões causadas por esforço repetitivo (LER).
Grupos especiais
Estimular os músculos de quem sofre limitações de movimento, como idosos e portadores de deficiência física.Ortopedia e traumatologia
Acelerar a recuperação de movimentos e reduzir dores de pacientes com fraturas, traumas ou luxações. Prevenir lesões da coluna vertebral e das articulações causadas por postura incorreta ou esforço repetitivo.Fonte: guia do estudante
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