Eles são peças-chave no guarda-roupa de qualquer mulher. O salto alto faz parte do universo feminino há décadas e de lá pra cá, a adesão só aumenta. Mas o uso contínuo dos saltos pode trazer sérios problemas na saúde, principalmente relacionados à coluna.
São considerados altos, os saltos acima de 15 centímetros. Os de 5 a 10 centímetros são medianos e abaixo disto são considerados baixos.
Segundo a fisioterapeuta Juceline Nóbrega, os pés são muito acometidos por diversas doenças. E o salto alto auxilia para o aparecimento destas, principalmente na coluna lombar, que é o eixo de sustentação do corpo. Além disto, também causa o encurtamento dos músculos da panturrilha (batata da perna).
“O uso contínuo do salto alto causa dores na coluna, calcanhar e também o chamado “esporão de calcanho” porque o salto não tem proteção contra o impacto do pé no chão. Não oferece proteção para o calcanhar”, disse Juceline Nóbrega. Os saltos também causam a “fascite plantar” por causa do impacto e do uso prolongado. Outro problema muito comum causado pelos saltos é a entorse, as famosas “viradas de pé”, muito comuns entre as mulheres.
“Os saltos não dão estabilidade para o pé e deixam as mulheres com o centro de gravidade muito para frente. As calçadas daqui possuem muito desnivelamento, o que propicia quedas”, afirma a fisioterapeuta. Juceline Nóbrega. Ela indica os saltos “anabela” que são retos em toda a sua extensão. “Indico para o cotidiano do trabalho, porque o desnivelamento do calcanhar é menor. Mas nada impede o uso do salto alto no finais de semana, por exemplo”, destaca.
A fisioterapeuta disse que exercícios para os pés são importantes para aliviar as dores. O alongamento do isquiostibiais (perna) pode ser feito com o lençol ou com uma cordinha, duas vezes por dia, durante dez minutos e previne câimbras, inchaços e dores.
Outra dica importante é escolher a numeração correta para os pés para que o calçado não fique apertado ou folgado. “O escalda pé com água morna também é muito bom. A pessoa pode colocar pedrinhas ou bolinhas de gude (petecas) e fazer movimentos para frente e para trás com os pés. É relaxante e reduz o impacto. Deve ser feito três vezes por semana”, disse Juceline Nóbrega.
Ainda sobre as sandálias, ela chama a atenção para que não seja usada sandália rasteira, porque não tem alcochoamento para suportar os impactos. Os calçados pedem o máximo de conforto e ao sentir dores é preciso procurar um médico para um diagnóstico diferencial.
O salto transmite uma aparência de charme e elegância a mulher, mas o problema é que passar muito tempo em cima de um salto pode deformar o pé, atrofiar a musculatura das panturrilhas e causar dores na coluna. E como toda mulher não pretende abandonar essa poderosa arma de sedução, a melhor coisa a se fazer é aprender a usar que arrasam sem tropeçar na saúde.
Um salto de 3 centímetros causa praticamente os mesmos danos que uma torre de 10 centímetros. Com qualquer um dos dois, os passos se tornam mais curtos e lentos. O resultado é um sofrimento, pois a planta do pé dói e ganha calosidade, os dedos tomam a forma de garras. Sem falar do joanete, que é 50% obra dos saltos. Com esse tipo de calçado a pressão e a sustentação do seu corpo, que geralmente se distribui por toda a sola, se concentra no dedão e no vizinho. Essa sobrecarga causa lesões.
Com o calcanhar lá em cima, é comum observar lordoses e o encurtamento da musculatura posterior das pernas. O teste para ver se esse mal já pegou você é descer à terra firme, se descalça sentir estiramento nas coxas, panturrilhas ou costas é porque pode estar sofrendo de atrofia. Virar o pé também se torna mais frequente, o que pode causar rompimento de ligamentos. Antes que você compre qualquer par, veja os riscos que ele oferece a sua saúde.
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