quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

DEMÊNCIAS E ALZHEIMER






Demências são doenças do cérebro ou, em termos técnicos, patologias neurológicas que se evidenciam pelo comprometimento progressivo das funções cognitivas. 

Tais funções incluem a memória, a capacidade de se orientar no tempo e no espaço, a atenção e a concentração, a linguagem e as funções executivas que incluem o planejamento, a flexibilidade mental e a abstração. 

As duas causas de demência de maior prevalência em nosso meio são a Doença de Alzheimer e a Demência Vascular(decorrente do acidentes vasculares cerebrais). Embora a maioria dos quadros demenciais sejam progressivos e irreversíveis, sempre há algum tratamento a fazer para melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.


O termo “demência” é carregado de preconceito, tanto que alguns autores e pesquisadores sugerem utilizar a locução “declínio cognitivo” como substituto mais neutro. De fato, ser chamado de demente é uma forma de insulto em muitas línguas. Ainda que a iniciativa seja válida em suas intenções, compreendemos que a palavra demência engloba mais que apenas o declínio cognitivo. 


Os profissionais da área, e mesmo leigos informados, sabem que ao diagnosticar um paciente com demência de Alzheimer estamos incluindo sintomas comportamentais e até motores que fazem parte da doença, ultrapassando o declínio cognitivo que caracteriza as fases iniciais da moléstia.


Seja como for, o que precisamos ter em mente é que a população mundial está envelhecendo e a freqüência de pessoas com demências vem aumentando. 

Se observarmos a figura abaixo que mostra a distribuição da população por sexo e faixa etária, veremos que da década de 80 para o ano 2000 tivemos uma diminuição das faixas mais jovens e um aumento das faixas mais velhas. Isso significa que nossa taxa de natalidade diminuiu e nossa expectativa de vida aumentou.
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As decorrências desses fatos são que doenças idade-dependentes tornam-se mais freqüente. Para se ter uma idéia, basta ver que na Doença de Alzheimer a presença da doença duplica a cada 5 anos depois dos 65 anos. Ou seja, o risco de uma pessoa com 75 anos ter Alzheimer é quatro vezes maior que aos 65. Desse modo, descobrir mais sobre as demências e como preveni-las ou tratá-las é assunto de máxima importância. Como podemos dar o melhor tratamento para nossos familiares acometidos e como evitar de desenvolver, nós mesmos, essas doenças são perguntas que devem ser feitas.

Nosso modo de vida está se modificando com o passar das últimas décadas. Atualmente, a formação educacional é mais demorada e coloca as pessoas no mercado de trabalho mais tarde. Para exercer a profissão de médico, por exemplo, são necessários 12 anos de escola, 6 anos de faculdade e mais 3 a 6 anos de especialização. Dessa maneira, o indivíduo inicia sua carreira profissional a partir dos 28 anos, em média. Em contrapartida, a vida útil profissional também se alonga sendo admissível um advogado exercer a profissão para além dos 70 anos. Já nas atividades que dependem mais da força física e menos da formação técnica, a vida profissional se inicia mais cedo e também termina antes. Essas pessoas também estão vivendo mais e representam uma preocupação em termos de inclusão social e distribuição de riquezas.

Com o avanço da ciência e da tecnologia, criamos um tipo de sociedade na qual o território ou o patrimônio estável de um empresa não é mais o maior determinante de sua capacidade de sobrevivência. O capital intelectual representado pela alta especialização de seus colaboradores, bem como sua inteligência e criatividade são os recursos mais preciosos no mundo corporativo. No plano individual, aprender a preservar e até expandir suas habilidades e competências cognitivas e comportamentais ao longo da vida significa garantir sua própria presença nesse mundo de constante transformação. O estudo do cérebro e suas patologias há muito ultrapassou as fronteiras do interesse exclusivamente médico para atingir toda a sociedade.
Fonte: Roger Soares  
















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