sábado, 6 de fevereiro de 2010

MELHOR CORRER NA ESTEIRA OU RUA?









Na esteira há um desgaste menor, é mais fácil controlar o rítmo cardíaco e a intensidade do treinamento, temos um menor acúmulo de tensão nos músculos uma vez que hoje em dia temos esteiras modernas com maior amortecimento que reduzem o impacto em até 20% menos comparado a outros tipos de terreno.







Na rua o esforço pode ser diminuído à medida que o indivíduo passe a dominar a biomecânica do movimento e as resistências naturais oferecidas por este esforço:
  • a do atrito com o solo,
  • a pisada transferindo a força das pernas para o vôo (mantendo a aceleração),
  • a pisada da aterrizagem e
  • a pisada do ar incluindo aí o vento, (que nunca sopra o tempo todo na mesma direção) isso sem contar com o tempo, temperatura e umidade relativa do ar




Estima-se que o impacto na rua seja em torno de duas a duas vezes e meia o peso corporal




Mesmo assim, como na esteira é o chão que se movimenta o corredor é obrigado a se manter em movimento constante num ritmo determinado e sem gastar muito energia de deslocamento da massa corporal.







A principal vantagem da esteira é a possibilidade do controle total do treinamento no que se refere à frequência cardíaca, ritmo, passada e mecânica do movimento.


É interessante a utilização de espelhos porque com espelho o corredor pode facilmente corrigir a postura, o movimento dos braços e o passo.
Como não existe a questão do vento, a possibilidade de aumento da temperatura corporal e desidratação são maiores assim como o aumento da freqüência cardíaca. Isso pode facilmente ser resolvido com um ventilador frontal e atenção à hidratação.



Vantagens da esteira:
  • Amortece o impacto em torno de 10% do peso corporal.
  • O perigo de acidente é quase zero.
  • É mais fácil para corrigir a postura e o gesto esportivo.
  • É mais fácil o controle da intensidade e freqüência cardíaca desejada.
  • É uma boa opção para quem não pode ou não quer correr na rua.
  • Para quem está se recuperando de lesões é um estágio quase obrigatório.
  • Quase todos os tipos de treinos de corrida (intervalado, corrida em ladeira, etc.) podem ser feitos na esteira.
  • É mais seguro por estar longe da poluição, trânsito e violência urbana.


Desvantagens da esteira:
  • Pode ser monótono.
  • A possibilidade de perda de líquidos é maior se o local não for bem arejado.
  • Não dá para simular corrida em declive e nem totalmente plano porque todas têm uma leve inclinação para facilitar o funcionamento do motor.
  • Pode diminuir os reflexos próprios da corrida de rua.


É indicado ou não correr na esteira?
Na esteira os movimentos biomecânicos da corrida são os mesmos durante o treino inteiro e esse esforço repetitivo pode causar lesões. Mas ao mesmo tempo ela absorve mais o impacto diminuindo o risco de se machucar.

Os movimentos repetitivos que são feitos na esteira não aumentam a probabilidade de riscos de lesões porque geralmente as esteiras possuem uma tecnologia desenvolvida para diminuir o risco de lesões. O que ocorre com muita freqüência é que as pessoas exageram na intensidade do treino, carga e tempo.


Não é recomendado desenvolver treinos somente em esteira, mas aliar treinamentos em esteira e rua.


O corpo humano tem um sistema chamado sistema proprioceptivo que possui receptores sensoriais que detectam e sinalizam as deformações mecânicas no solo, este sistema é regulado automaticamente pelos tendões, tecidos musculares e conjuntivos , como na esteira não temos diferença de solo acabamos não desenvolvendo este sistema e quando optamos em correr na rua podemos causar lesões por não ter esse importante sistema desenvolvido.

O desenvolvimento do sistema proprioceptivo só ocorre quando treinamos em terrenos irregulares (asfalto, areia, gramado). Por isso o ideal para evitar lesões é se prevenir e treinar em vários tipos de terreno.

Na esteira por haver menor impacto o sistema ósteo-mio-articular também não é tão estimulado quanto em uma corrida de rua. Isto pode acabar favorecendo o aparecimento de lesões na hora que a pessoa deixar de correr na esteira e for para a rua.

Isto acontece com muita freqüência quando o individuo que treina somente em esteiras acaba participando de alguma competição ou treino ao ar livre. Como seu sistema ósteo-mio-articular não está treinado, pode facilmente sofrer um entorse de tornozelo ou sofrer um desgaste miotensivo muito maior e com certeza estará mais propenso a desenvolver uma lesão musculoesquelética uma vez que o acúmulo de tensão nesses tipos de pessoas que só treinam em esteira é muito maior ao entrar em contato com outro tipo de solo.

É indicado uma maior variação dos tipos de solo e dos tipos de treinamento, porque o corpo tem por hábito economizar energia se acostumando e se adaptando ao treinamento, fazendo assim que não seja exigido o quanto deveria ser do sistema proprioceptivo e com isso vai perdendo totalmente o
reflexo miotático*.

REFLEXO MIOTÁTICO*:

Reflexo Miotático - Existe no músculo, ligada à célula muscular, uma estrutura denominada "Fuso Neuromuscular" (FNM). Esta estrutura detecta o grau de extensão do músculo, desencadeando um reflexo (o reflexo miotático) que trava a extensão: quando o músculo se estende inesperadamente ou para além dos seus limites, o FNM desencadeia a contração do músculo, travando o movimento. Este reflexo é incontrolável e pode ser responsável pela diminuição da velocidade de execução e pelo aumento do gasto energético (é "mais uma" contração...).

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Reflexo Miotático Inverso - no tendão, existe outro orgão proprioceptor (detecta o estado do organismo) que desencadeia um reflexo oposto ao anterior: o Orgão Tendinoso de Golgi (OTG). Este orgão detecta o estiramento do tendão, pelo que reage às contrações do músculo. Quando o músculo se contrai intensamente, o OTG "sente" o estiramento do tendão e desencadeia o relaxamento do músculo contraído.

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