sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PILATES E ESCLEROSE MÚLTIPLA




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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esclerose múltipla (EM) atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo. No Brasil a doença afeta mais de 30 mil pessoas.



A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune e está relacionada com a destruição da bainha de mielina (membrana que envolve e isola os axônios, que são fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos, no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos). 

Em geral atinge pessoas jovens entre 20 e 30 anos. Sua causa ainda é desconhecida, sabe-se que o paciente nasce com uma predisposição genética e que alguns fatores ambientais, como por exemplo, exposição solar, tabagismo e alguns tipos de vírus podem desencadear a doença.




Os principais sintomas da EM são:

- Transtornos Visuais (perda da visão ou visão dupla)
- Fadiga (cansaço intenso)
- Problemas de equilíbrio e coordenação (dificuldades para caminhar)
- Espasticidade (rigidez de um membro ao movimento)
- Parestesia (dormência em determinada parte do corpo)
- Problemas de bexiga e intestinais (incontinência urinária)
- Transtornos cognitivos e emocionais (alterações na memória e depressão)





Os sintomas da EM podem fazer as atividades cotidianas mais desafiadoras. Há uma variedade infinita de estratégias disponíveis para ajudar o paciente a se manter móvel, produtivo e independente em casa e no trabalho. 

Nesse aspecto, é importante que o paciente realize exercícios físicos. Como cada pessoa desenvolve esses sintomas de maneira única, em velocidade e ocorrência diferentes, é preciso consultar um especialista para indicar a prática mais adequada para cada um.






Pilates x Esclerose Múltipla





O Pilates pode ajudar na reabilitação de pacientes com EM. Entre os benefícios da prática estão, a melhora da força, da postura, coordenação motora e do equilíbrio.

Os exercícios devem seguir uma lógica crescente de funcionalidade onde, para aqueles com maior déficit motor, sugere-se a aplicação de movimentos passivos, como alongamentos lentos para os principais grupos musculares. A reeducação diafragmática e da musculatura acessória também entra na lista de benefícios.

Para indivíduos com maior nível de força são indicados alongamentos ativos e exercícios de resistência, com ou sem a ação da gravidade e com número de repetições próximo ao nível da fadiga.

Embora o exercício de Pilates não vá mudar o processo da doença, ele pode ajudar as pessoas a manter a força e coordenação mais do que seria possível sem o auxílio do método.

Há, entretanto, considerações especiais que um instrutor de Pilates deve estar ciente de quando se trabalha com alguém com esclerose múltipla:



Evitar excesso de calor - sensibilidade ao calor é comum com a esclerose múltipla. Uma elevação de meio grau na temperatura corporal pode desencadear um agravamento dos sintomas. Se o seu cliente perceber que os sintomas estão piorando, ele deve esperar até que estes diminuam e sua temperatura corporal retorne ao normal. Para ser um exercício tranquilo, ele deve ser realizado em uma sala com ar-condicionado no verão, ou um ambiente que não está superaquecido no inverno.





Segurança -
 é uma questão fundamental para quem trabalha com pessoas portadoras de EM. Ao começar uma aula de Pilates, é melhor optar pela pouca quantidade de exercícios do que pelo excesso. A novidade de usar um novo equipamento, pode facilmente levar você e seu cliente para fazer mais exercícios do que o necessário. Não deixe de fazer suas sessões iniciais com menos intensidade do que você faria com outro cliente. Concentre-se em pequenos movimentos, inicialmente, a fim de evitar a fadiga. Concentre-se em qualidade e não quantidade. Com o progresso das aulas você começa a conhecer o seu cliente e suas habilidades e limites, assim, você será capaz de criar um programa que adequadamente os desafia, sem acabar com a resistência deles.



Espasticidade -
 A espasticidade é um sintoma freqüente da esclerose múltipla que aparece em até 75% dos pacientes. A espasticidade é um aumento involuntário do tônus muscular, causada pela desmielinização em partes do sistema nervoso central.
Pode-se a primeira instância ser pensado que isso é um fator positivo, mas de fato não o é. Se alguém tiver fraqueza severa, a espasticidade pode ajudar a dar-lhes força e mais resistência. Mas o lado ruim é que a espasticidade pode tornar as pernas presas e mais pesadas. Pode ser difícil manter os dedos apontados, e os joelhos e quadris em linha reta.



Controle Motor -
 Fraquezas e padrões gerais de movimento tornam-se mais aparentes quando você começa a trabalhar com um cliente, por exemplo, no Reformer. Para melhorar o controle motor, diminuir esses padrões em menor amplitude de movimento pode ser uma técnica extremamente útil. Tente realizar uma quantidade menor de movimentos concentrando a atenção do cliente em apenas uma articulação inicialmente. Quebrar exercícios complexos também pode ajudar a impedir que os clientes fiquem sobrecarregados.


A técnica do Pilates 

não atua na 

doença propriamente dita.



Ela é muito útil, mas como um tratamento reabilitador e conservador. Não trará cura para a doença, destaca o neurologista Charles Pulbery, membro da Academia Brasileira de Neurologia.


A atenção ao progresso da doença é muito importante para a orientação de exercícios físicos para pessoas com EM. Se houver exacerbação dos sintomas, deve-se interromper o exercício até que ocorra sua completa remissão. Após o retorno, o programa deve ser revisto e adaptado às condições presentes.


O mais importante é que o paciente deve ter a aprovação médica para realizar os exercícios. Além disso, professor e médico devem estar em constante troca de informações sobre o paciente, pois é o médico que poderá permitir intervenções coerentes ao longo do tempo.

Fonte: Tudo sobre Pilates


VEJA TAMBÉM MATÉRIA PUBLICADA NESTE BLOG EM
27 MAIO 2012
PILATES NA ESCLEROSE MÚLTIPLA

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