MMA: lesões podem ir além de músculos e ossos
O MMA (do inglês mixed martial arts – artes marciais mistas) virou moda. E já é a modalidade de esporte que mais cresce percentualmente em todo o mundo. E essa moda, é claro, pegou nas academias do Brasil. Mas como se preparar para um esporte tão violento e perigoso?
Como o nome já diz, o MMA é formado por diversas modalidades de artes marciais combinadas, que incluem tanto golpes de lutas em pé quanto técnicas de lutas no chão. Por esta razão, seu treino pode ser bastante complexo e deve ter atenção especial.
De acordo com o médico fisiatra do Einstein, Dr. Mário Sérgio Rossi Vieira, para o treinamento do MMA é fundamental que o instrutor seja bem versado nessas diversas técnicas.
“Como cada modalidade exige técnicas diferentes de treino, é muito importante que o MMA seja ensinado por diversos instrutores de modalidades distintas ou por um instrutor que conheça bem cada uma delas. A importância aqui é reduzir o risco das lesões que podem surgir em cada modalidade”, explica.
As principais lesões causadas pelo MMA são de ordem física e neurológica. Podem ser divididas nos seguintes tipos:
Risco por treinamento
Aqui, independente do contato com um adversário, o individuo praticante de MMA pode se lesionar somente pelo treinamento inadequado. “O indivíduo tem que ser bem orientado para prevenir lesões, minimizar riscos e aumentar a sua eficiência”, avalia o médico.
“Uma academia com instrutores bem preparados é fundamental para que as técnicas tenham melhor padrão possível para não forçar articulações, músculos e tendões desnecessariamente ou de maneira errada”, alerta.
Risco por contato
O MMA é um esporte que proporciona praticamente contato total com o adversário. Com isso, aumentam-se os riscos de lesões em diversas partes do corpo. Os maiores são de contato direto por chutes, socos e estrangulamento.
Essa relação violenta pode levar a lesões mais simples – como hematomas e contusões – ou mais complexas – quando um chute acerta, por exemplo, uma articulação, podendo provocar luxações, rompimento de ligamentos ou até mesmo fraturas, como de costelas. Lembrando que as fraturas também podem acontecer nas mãos e pés de quem está batendo, e não somente em quem está recebendo os golpes.
Risco neurológico
De acordo com o neurologista do Einstein, Dr. Pedro Paulo Porto Junior, essas pancadas repetitivas do MMA podem resultar em pequenas lesões axonais no cérebro que, dependendo da intensidade, podem provocar alteração de raciocínio e complicações neurológicas. “Uma disfunção neurológica em uma ou outra parte do corpo depende da região que for lesionada no cérebro”, explica o neurologista.
“Esses golpes podem levar inclusive a lesões importantes na região entre a base do crânio e a coluna cervical. Nesse caso, dependendo da intensidade, poderia acontecer até um paralisia dos membros, por exemplo”, afirma o Dr. Pedro Paulo.
E ele alerta: “Quem tiver má formações vasculares, como aneurisma e fístulas arteriovenosas, têm risco aumentado de complicações neurológicas por causa dessas lesões”.
Quero praticar. O que devo fazer?
De acordo com o Dr. Mário Sérgio, antes de iniciar um treinamento de MMA é fundamental a realização de um exame médico para conhecer as condições cardiorrespiratórias e do aparelho locomotor.
“Se existirem lesões pré-existentes, mesmo que assintomáticas, é preciso fazer uma avaliação para entender as possíveis consequências, pois esta pessoa terá grande chance de se machucar”, diz.
“Para resumir, as minhas dicas são: faça treinos bem orientados e não deixe de fazer pré-avaliação e entender as fragilidades do próprio corpo”, conclui o Dr. Mário Sérgio.
Fonte:http://www.einstein.br
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