A prática da atividade física evoluiu com a própria evolução do homem. O homem primitivo passou a lutar, caçar e fugir a fim de preservar a sua existência. Assim o homem à luz da ciência executa os movimentos corporais mais básicos desde que se colocou ereto: corre, arremessa, salta, tem relações sexuais, empurra, puxa, etc.
Existem alguns fatos históricos no decorrer da civilização humana que talvez explique, em parte, a falta de exercícios específicos para melhorar a mobilidade da coluna vertebral na Atividade Física.
Durante o Império Romano e toda a idade média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, incluindo, também, a caça e os torneios. A queda do Império Romano, por exemplo, foi muito ruim para a evolução da Atividade Física, principalmente com o crescimento do Cristianismo que, por sua vez, perdurou por toda a Idade Média, pois o culto ao corpo era considerado pecado, passando a ser cada vez mais reprimidos devido à comunidade altamente puritana não ver com bons olhos a atividade física. (Costa, 1998).
Os exercícios beneficiados pela redescoberta dos valores gregos voltaram a despertar interesse maior só com o Renascimento. Mesmo assim, a ginástica como esporte, como conhecemos hoje, só se desenvolveu na Europa em meados do século XVIII. Mas só em 1829, na França, foi oficializada a atividade física denominada Ginástica Calistênica, sendo esta considerada precursora do Fitness.
A Ginástica Calistênica revolucionou a atividade física do século XIX. Um dos pontos marcantes dessa modificação foi que essa modalidade passou também a incluir crianças, mulheres, obesos e idosos, onde antes eram excluídos. (Castellani, 1998).
A medida em que essa modalidade de ginástica foi evoluindo, era dada cada vez mais importância aos exercícios para os segmentos dos membros superiores e membros inferiores; enquanto que, a mobilidade da coluna vertebral era totalmente negligenciada.
Quando o fitness surgiu na década de 80 houve a mesma linha de trabalho da Ginástica Calistênica, mantendo até a tendência de corpos musculosos, sem mobilidade de coluna vertebral, dando continuidade a essa idéia até os dias atuais. Os profissionais começaram a se preocupar com a mobilidade da coluna em alunos praticantes de fitness, a partir das comparações realizadas com outras modalidades corporais, em especial o Pilates.
A técnica de Pilates apresenta uma grande importância tanto para os profissionais que trabalham com a abordagem corporal quanto para os alunos que realizam os exercícios.
Esse método foi baseado em diversas atividades (Yoga, mergulho, esqui, natação, boxe, etc) devido ao criador, Joseph Pilates, dessa arte apresentar afecções osteomioarticulares quando criança. Ele tinha um propósito de melhorar a sua forma debilitada através do condicionamento físico, trabalhar o corpo da mesma maneira que uma pessoa sadia. (Brito, 1997).
Apesar da técnica de Pilates ter uma grande existência, só na década de 80 o sistema passou a ser utilizado pelos bailarinos, que começaram devido à técnica adquirir uma grande eficácia na recuperação de lesões.
A exemplo do que aconteceu na Educação Física, a mobilidade da coluna vertebral também foi negligenciada na Dança. Preocupados em executar movimentos sempre muito amplos, os bailarinos acabaram com a mobilidade da coluna vertebral prejudicada. Apenas alguns exercícios são ministrados em aulas de dança para a manutenção da mobilidade segmentar da coluna.
Um dos estudos mais interessantes acerca da técnica de Pilates foi realizado pelo fisioterapeuta americano Brent Anderson. Criador do método Polestar Pilates, chegou à conclusão que o Pilates deve ocorrer mobilidade da coluna vertebral em todas as direções onde os movimentos intersegmentares poderão auxiliar na manutenção da postura adequada.
Os movimentos articulados da coluna acabam por ativar o Centro de Força (Powerhouse), fazendo um bom suporte estrutural. (Lobato, 2004). Por enfatizar bastante o trabalho em torno do controle do centro de força, há uma maior facilidade na realização dos movimentos desejados, pelo meio da fluidez dos movimentos, da suavidade do gesto corporal e da leveza, permitindo que todas as partes do corpo trabalhem com segurança, consentindo, assim, uma boa mobilidade da coluna vertebral.
Enfim, o método de Joseph ostenta o propósito de harmonizar o corpo, independente da idade ou condição física. As vértebras se mobilizam através da compressão e deformação dos discos, e deslizamento dos ligamentos. A coluna vertebral faz movimentos de extensão, flexão, rotação e inclinação. A flexibilidade é a sua principal característica. As vértebras da coluna vertebral se articulam de modo a conferir, além de flexibilidade, estabilidade para a função de mobilização, postura e equilíbrio do tronco. (Aguiar, 1997).
fonte: Fernando Barbosa – Educador Físico