quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ESTALIDO NO JOELHO, O QUE PODE SER ISTO?


Aquele barulho vindo de seus joelhos quando você se agacha, pode ser enervante ou preocupante… “Mas se não for acompanhado por dor, desconforto ou inchaço, não há necessidade de se preocupar com isso”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza (CRM-SP 87.701), médico do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Segundo o ortopedista,  “o som de estalo que você ouve é conhecido como crepitação. Em alguns casos, isto não é nada mais que bolhas de gás aparecendo em suas articulações. Isto ocorre quando nós estalamos os dedos das mãos também. Depois de uma ou duas vezes, não há mais bolhas para se formar e os dedos param de estalar por algum tempo, até novas bolhas conseguirem se formar”, explica.
Isto também pode ser resultado da diminuição da espessura da cartilagem, principalmente nos joelhos. Esta cartilagem reveste as extremidades dos ossos, e com o passar do tempo vão perdendo água e afinando. Com isto, as articulações vão perdendo a suavidade, fazendo com que ossos e tecidos criem um pequeno atrito quando você dobra as pernas. “A crepitação é extremamente comum, pois nossas articulações costumam fazer muito barulho”, explica o médico.
Caio Souza diz que em relação à crepitação nas articulações, as questões mais importantes são, “em primeiro lugar e acima de tudo: existe dor ou inchaço? Em segundo lugar, o ruído é associado com o bloqueio dos joelhos ou a perda de mobilidade dele? Caso não haja dor ou perda de movimento, não é algo que deva preocupar a pessoa. Porém, caso ocorra dor ou limitação articular, a pessoa deve procurar um médico. Se você tem uma lesão no menisco, por exemplo, a crepitação pode estar associada ao bloqueio do joelho”.
Segundo o médico, que também é professor de Ortopedia na Faculdade de Medicina da Uninove, “se há trituração ou moagem quando você executa um agachamento e é muito doloroso, o problema pode estar associado com a artrose. Qualquer um desses sintomas seria uma boa razão para ver um especialista em Ortopedia. Mas o estalo, por si só, sem dor ou outros sintomas, pode ser inócuo”, explica.
Em outra hipótese, “se o ruído ocorre durante exercícios de agachamento na academia, pode ser porque você está se abaixando demais. Um grande movimento de agachamento onde seus quadris ficam abaixo dos joelhos pode colocar uma pressão excessiva sobre as articulações. Quando você faz um agachamento desta maneira, você coloca quase oito vezes o peso do seu corpo na sua patela (o osso da frente do joelho). E então, quando você adiciona uma barra com ou sem peso em cima disso, as articulações e os tecidos ao redor do joelho acabam sendo muito exigidos”, explica o ortopedista.
Caio Souza avisa que “esses exercícios só devem ser feitos por quem está muito bem condicionado e sob a orientação de um bom educador físico, caso contrário irão levar a lesões nos joelhos”
O médico lembra que para obter os benefícios dos exercícios de flexão dos joelhos, as pessoas podem fazer flexões parciais do joelho, que é quando eles não se dobram mais de 90 graus. “Dessa forma, é possível treinar a força de forma eficaz, sem sobrecarregar as articulações. Na dúvida, converse com um médico da sua confiança”, orienta Caio Souza.
Fonte: Jornal de Brasília



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domingo, 28 de agosto de 2016

RELAÇÃO ENTRE A POSIÇÃO DA MANDÍBULA E A POSTURA CORPORAL

Relação entre a posição da mandíbula e a postura corporal



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Do ponto de vista evolutivo, a postura vertical dos seres humanos exigiu profundas mudanças em componentes estruturais do crânio e do corpo. 

Com a mudança do centro de gravidade, a postura bípede, ereta, necessitou então de um alinhamento de todas as estruturas corporais ao longo de um eixo vertical e, para poder equilibrar a cabeça no ponto mais alto dessa estrutura, uma mudança no formato do crânio ocorreu. 

Isso implicou sérias modificações nos maxilares, nas vias aéreas e novas vias neuromotoras que deveriam controlar o sinergismo muscular de forma a manter o equilíbrio vertical e ainda assim permitir que o indivíduo estivesse pronto para se movimentar.



Todas essas mudanças implicaram a incorporação do sistema mandibular na parte pré-cervical do sistema postural. O maxilar inferior, além de ser a ferramenta natural para esmagar os alimentos, tornou-se então um componente estrutural do mecanismo de postura da cabeça.

Com isso o trajeto das vias aéreas, que nos quadrúpedes se encontra basicamente na horizontal, precisou se “torcer” para manter a nova angulação da cabeça e recuar para acomodar os maxilares mais curtos, criando uma curiosa relação com a articulação temporomandibular, pois os côndilos ( ou cabeças) mandibulares evoluíram para transladar, ou seja, se mover para longe da fossa articular, fazendo com que o ponto de rotação da mandíbula seja próximo ao centro do ramo mandibular e não nos côndilos. Abrir a boca rotacionando apenas nos côndilos implicaria um abaixamento e recuo acentuado do queixo com compressão das vias aéreas .

Atualmente a ciência possui novas evidências quanto a relação das vias aéreas e da ATM com relação à postura do corpo. Se sabe, por exemplo, que a mandíbula é parte integral do sistema postural, que gera movimentos compensatórios durante a locomoção e cuja condição da ATM e relação muscular com o osso hióide, interfere na respiração e na capacidade motora e força cervical. Então por quê a confusão com a oclusão?

O que leva muitos dentistas da OFM e fisioterapeutas a perceberem na prática clínica uma relação entre a oclusão e a postura é o fato de que muitas dessas más oclusões são consequências de patologias da ATM e de alterações das vias aéreas, estas sim, as verdadeiras causas das alterações posturais. Muitos são os exemplos que podem ser utilizados para ilustrar essa situação:

Os retroposicionamentos condilares traumáticos e processos degenerativos articulares podem produzir uma “má oclusão de classe II”, em função da retrusão mandibular e com isso afetar também as vias aéreas; as obstruções nasais, com consequente respiração bucal, costuma produzir uma má oclusão do tipo “mordida aberta anterior” e assim por diante…

Esses fenômenos sim são justo aqueles que o dentista ou fisioterapêuta observa na clínica: um paciente com uma má oclusão e uma má postura, que parecem estar relacionadas, mas é preciso entender que a má oclusão em si é também uma consequência e não a causa da situação. As artropatias temporomandibulares e alterações respiratórias são os verdadeiros responsáveis pelas alterações posturais.
Fonte: patologiadaatm.com.br









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