O Stretching Global Ativo (SGA) é uma derivação da Reeducação Postural Global (RPG), método revolucionário desenvolvido por Phillipe Souchard, que visa a prevenção e a correção de desvios posturais.
O SGA nasceu da necessidade de orientar atletas e técnicos quanto a melhor maneira de levar adiante os treinos e a prática desportiva, sem contudo prejudicar a estrutura física destes indivíduos.
Criado por Phillipe Souchard em 1995, o SGA mantém os princípios do RPG, de forma a tirar o melhor proveito da fisiologia dos músculos envolvidos em cada modalidade esportiva, respeitando às características individuais dos atletas.
Phillipe Souchard
No SGA, a maneira de executar um alongamento decorre de determinados princípios anatômicos, biomecânicos e físicos. Esses princípios, que integram a base do trabalho de reeducação postural global, são aplicados à prática desportiva, tornando-se por consequência, a base de todo o trabalho no esporte.
Porque praticar o alongamento?
É de conhecimento geral que todas as atividades físicas praticadas pelo ser humano demandam os músculos do corpo, tanto os dinâmicos quanto os estáticos. Tais atividades geram um efeito denominado ´contração muscular´. Como consequência desta contração, o gesto passa a ter uma menor amplitude, facilidade, e por consequência, uma menor eficácia. O atleta deverá aumentar seu treinamento para manter o mesmo nível, ou simplesmente anular tais inconvenientes, alongando-se.
A flexibilidade do músculo permitirá
uma melhor contração; logo,
sua utilização para executar os movimentos
melhorará também.
O alongamento fará com que os efeitos da contração no músculo sejam atenuados, a fim de facilitar o movimento em curto prazo, e diminuir os riscos de desequilíbrio corporal em longo prazo.
O alongamento terá papel também na preparação para o esforço, bem como na criação de possibilidades de recuperação após o esforço.
O relaxamento e o bem estar proporcionados pelo SGA serão interessantes tanto para atletas profissionais quanto para indivíduos comuns, que também estão vulneráveis ao stress do dia a dia. Não se pode garantir que a prática do SGA evite todos os riscos de acidentes musculares ou de articulação, mas ela pode reduzir bastante seus riscos.
Para compreender bem o papel da flexibilidade no esporte, Phillipe Souchard compara o corpo a um chicote, com um cabo, uma correia e uma ponta, que deverá tocar o alvo.
A flexibilidade é mais importante na ponta, porém vai diminuindo progressivamente em direção à base. A preparação do gesto irá condicionar sua eficácia. Não pode haver ruptura na harmonia do movimento, assim como na do chicote.
Se quisermos obter no corpo a mesma amplitude do chicote, todas as articulações e músculos que participam do movimento devem apresentar sua flexibilidade máxima.
· Músculos que executam o movimento
Nos músculos que executam o movimento a importância da flexibilidade é ainda maior. Neles, a qualidade da contração dependerá muito da flexibilidade possuída. Quanto maior for a flexibilidade, portanto, maior será a força exercida por ele.
A técnica do SGA apresenta diversos benefícios práticos, tanto para os esportistas quanto para seus treinadores. Dentre elas, aqui estão algumas:
- Acréscimo no desempenho final, através da melhora do preparo físico e da compreensão da biomecânica do seu gesto na prática desportiva.
- Evita a rigidez excessiva dos músculos
- Proporciona ao atleta um alongamento global e harmônico, respeitando suas necessidades e seus objetivos
- Possibilidade de conceber sessões de alongamento visando o desempenho do atleta.
- Auxilia na compreensão de falhas, fraudes e compensações de seus esportistas, ajudando a corrigir e prevenir lesões musculares.
Diferenças entre o alongamento analítico e
o alongamento global
O senso comum apresenta o alongamento de forma analítica, e quando se fala de cadeias musculares, raramente elas estão associadas à necessidade do gesto desejado no esporte. Poucas são as relações diretas entre a descrição dessas cadeias e a necessidade específica do esportista.
É raro, atualmente, o ensino aprofundado sobre as técnicas de alongamento globais. Desta forma, o ensino analítico do alongamento se perpetua, em detrimento das reais necessidades do corpo humano: um trabalho integrado e harmônico.
O SGA visa a integração das cadeias musculares durante o trabalho de alongamento. Desta forma, evita perdas e compensações desnecessárias, obtendo como resultado final um trabalho mais seguro e eficaz.
Nossos músculos estáticos são organizados em conjuntos homogêneos, que podem ser agrupados e classificados de acordo com suas finalidades. A esses conjuntos dá-se o nome de cadeias musculares.
· A RPG definiu duas grandes cadeias-mestras:
- Grande cadeia-mestra posterior (ou cadeia de extensão), que engloba músculos do arco do pé, tríceps sural, isquiotibiais, tibial posterior, glúteos profundos e espinhais.
É a grande cadeia mestra-posterior que permite erguer o indivíduo.
É de importância crucial na prática desportiva.
- Grande cadeia-mestra anterior, a qual pertencem os músculos escalenos, intercostais, psoas, adutores, anteriores da perna e tendão superior do diafragma.
É ligada à cadeia inspiratória.
- Cadeia superior do ombro, que engloba o trapézio superior, feixe médio do deltóide, e o peitoral menor.
- Cadeia íntero-interna do ombro, que dificulta a elevação do braço
- Cadeia anterior do braço, que produz a retração da flexão do membro anterior
- Cadeia íntero interna do quadril, que envolve os músculos adutores pubianos, iliopsoas e fáscia ilíaca. Essa cadeia escava a região lombar, e limita a abertura das coxas.
- Cadeia lateral do quadril, a qual pertencem os músculos peroniais laterais, glúteo maior superficial, tensor da fáscia lata e piramidal.
- Cadeia inspiratória, que conta com os músculos escalenos, esternocleidomastóideo, tendão do diafragma, diafragma, intercostais, espinhais dorsais e peitoral menor.
Todas essas cadeias estão interligadas, e participam globalmente dos movimentos do corpo, assegurando a destreza do gesto. O corpo, portanto, não aceita mudanças de estática utilizando um único grupo de músculos, portanto:
O corpo necessita de um alongamento global.
Ao contrário dos métodos de alongamento convencionais, o SGA trabalha as cadeias musculares em conjunto, evitando que o alongamento “se perca” devido a erros de execução.
Aplicação prática ao usuário:
Experimente observar um maratonista ao final de uma competição. É impressionante constatar que sua postura, seu posicionamento e seu modo de andar estão completamente longe do ideal.
Assim também ocorre com ciclistas, nadadores e jogadores de futebol, dentre vários outros exemplos. Notamos que durante a prática de esportes, a flexibilidade do músculo se perde progressivamente, em especial nos períodos de esforço intenso.
O que fazer então?
A SGA é aplicável às diversas práticas desportivas, podendo ser adaptada de acordo com a necessidade específica de cada atleta.
Eis aqui alguns exemplos:
Maior facilidade para encontrar uma posição aerodinâmica – ou seja, com o dorso mais plano possível – o que resultará em pedaladas mais rápidas. O atleta também se verá livre das dores nas costas e na nuca, em especial depois de grandes descidas.
Maior flexibilidade ao pisar, possibilitando maior velocidade nas descidas e arrancadas. O corredor irá adquirir também uma melhor postura de cabeça, peito e costas, o que ajuda na prevenção de dores e lesões.
O jogador sentirá uma maior facilidade ao executar o movimento do chute na bola.
O remador não mais se sentirá encurvado ou retorcido no barco, o que diminui o risco de hérnias ou lesões na coluna.
Maior leveza no bater de pernas.
O jogador terá maior fluidez ao executar a tacada.
Maior flexibilidade no braço ao executar o movimento de cortada.
O tenista sentirá facilidade ao executar o serviço, ou efetuar um ataque.
O SGA é indicado às seguintes pessoas:
- Esportistas de alto nível
- Esportistas amadores
- Treinadores
- Fisioterapeutas
- Preparadores físicos
- Personal Trainers
- Professores de esporte
- Praticantes de ginástica
Prioridades na necessidade do alongamento:
O objetivo principal do alongamento é compensar o encurtamento dos músculos; em outras palavras, ganhar um comprimento perdido.
Para facilitar a compreensão individual da flexibilidade a ser realizada, o SGA definiu quatro objetivos principais para a prática do alongamento:
- Alongar os músculos que freiam a amplitude do movimento a ser realizado dentro do esporte desejado.
- Alongar os músculos que efetuam os movimentos dentro do esporte desejado.
- Alongar os músculos que provocam compensações locais ou à distância e que, com o tempo, poderão vir a prejudicar a saúde e o bem-estar do esportista.
- Fazer um relaxamento geral dos músculos, para aliviar o stress.
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ALONGAR O CORPO TODO ATRAVÉS DO
STRETCHING GLOBAL ATIVO
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