Tosse é o sintoma mais frequente entre os pacientes que procuram o pneumologista. Pode ser classificada em aguda, quando tem duração de até 3 semanas, e crônica, quando dura mais tempo.
É importante entender que tosse é apenas um sintoma, sendo necessário diagnosticar sua causa, para que o tratamento seja correto. Portanto, apesar do costume de se usarem xaropes e expectorantes, na maioria casos há necessidade de se tratar a causa, e não apenas de aliviar o sintoma.
Tosse aguda geralmente é causada por infecções virais, porém devem ser consideradas também enfermidades preocupantes, como infecções bacterianas (sinusite e penumonia, por exemplo), embolia pulmonar, insuficiência cardíaca, dentre outras.
Com relação aos pacientes com tosse crônica, primeiro devem ser afastadas doenças pulmonares de maior gravidade, por meio da avaliação clínica e radiografia de tórax, inicialmente. Também é necessário cessar o tabagismo, se presente, e verificar se algum medicamento pode ser a causa da tosse (por exemplo captopril, que é um remédio para hipertensão).
Numa segunda etapa, são investigadas três causas muito frequentes de tosse crônica:
- gotejamento de secreções do nariz para a garganta (gotejamento nasal posterior, por rinites e sinusites);
- doença do refluxo gástrico (quando o conteúdo ácido do estômago reflui anormalmente para o esôfago);
- tosse equivalente à asma (casos de asma leve, que causam tosse como sintoma principal, normalmente chamada de "tosse alérgica" pelos leigos).
Obviamente, existem várias outras causas de tosse crônica, até mesmo graves, como a tuberculose. Em geral a radiografia de tórax, quando normal, ajuda a excluir tais doenças, porém a avaliação por especialista é indispensável.
Também podem fazer parte do arsenal de avaliação da tosse crônica: espirometria, tomografia de tórax, laringoscopia, nasofibroscopia, broncoscopia, pHmetria, endoscopia digestiva.
Concluindo, não existe um "remédio para tosse", pois cada tipo de tosse tem um tratamento específico, de acordo com a causa.
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