quinta-feira, 31 de março de 2011

TÊNIS COM AMORTECIMENTO E A EVOLUÇÃO HUMANA



O Homo sapiens e seus ancestrais correm desde que desceram das árvores, abandonaram o hábito de andar sobre quatro patas e adotaram a postura ereta.
Nos últimos 4 milhões de anos houve duas grandes mudanças na maneira como corremos. A primeira foi por volta de 2 milhões de anos atrás, na transição entre nosso ancestral, o Australopithecus afarensis (a famosa Lucy), e o homem moderno. 


Australopithecus afarensis (Lucy)


Os ossos de nossas pernas foram redesenhados pela evolução. As pernas ficaram mais longas e eretas, o comprimento dos dedos diminuiu e a sola do pé ficou arqueada.
Muitos antropólogos acreditam que foi essa mudança anatômica que nos tornou capazes de correr longas distâncias.
A segunda mudança ocorreu em 1970, quando surgiram os tênis sofisticados com amortecedores no calcanhar.
Agora foi descoberto que essa segunda mudança, introduzida não pela seleção natural darwiniana, mas pela criatividade humana, provavelmente foi um erro. Essa descoberta vai alterar o formato dos tênis que você vai encontrar nas lojas nos próximos anos.
Os cientistas estudaram a maneira como cinco grupos de corredores de longa distância pisam no chão ao correrem. O dois primeiros grupos eram de corredores norte-americanos. Um corre habitualmente de tênis e outro, descalço.
Os outros três grupos pertencem aos famosos corredores de longa distância do Quênia, na África, e se dividem em: adolescentes que sempre correram descalços, adolescentes que sempre correram com tênis e adultos que passaram a correr com tênis recentemente. Aproximadamente dez corredores de cada grupo foram filmados enquanto corriam sobre pistas com sensores de pressão. Dessa maneira foi possível analisar exatamente como as pernas se comportam durante os passos e qual a pressão que o pé faz sobre a pista a cada instante.
O que foi descoberto é que, entre os corredores que habitualmente correm com tênis, a primeira parte do pé que encosta no solo é o calcanhar. Isso faz com que a pressão sobre a pista (e da pista sobre o pé) suba de 0 para 2,4 vezes o peso do corredor em menos de um centésimo de segundo.
Em um corredor que pesa 70 quilos, a pressão sobre o calcanhar sobe de 0 para 168 quilos. Quando o pé gira e a planta toca o solo, a pressão desce rapidamente e sobe novamente quando o peso passa para a parte da frente do pé.


Nesses corredores, que “pousam” na pista com o calcanhar, a cada passo a pressão sobe e desce duas vezes de maneira abrupta. Os tênis modernos atenuam o efeito, mas o sobe e desce continua presente.
Por outro lado, os corredores descalços, sejam eles quenianos ou norte-americanos, pousam na pista não com o calcanhar, mas com toda a planta do pé ou mesmo com a parte anterior. O efeito disso sobre a pressão é impressionante.
A primeira diferença é que a pressão aumenta dez vezes mais lentamente, chegando aos mesmos 2,4 vezes o peso em um décimo de segundo – e não em um centésimo de segundo. O segundo efeito é que a curva de pressão de cada passo deixa de ter dois picos e se transforma em um curva simétrica com um único pico.
Com base nesses dados, os cientistas puderam calcular as pressões e trações sofridas por cada junta e osso da perna dos corredores. A conclusão é que a perna dos corredores que pousam com o calcanhar, mesmo quando protegidas por um tênis moderno, sofre muito mais, o que talvez explique porque 75% dos corredores de longa distância e que usam tênis sofrem lesões.

A conclusão é que o uso de tênis acolchoados
deseduca os corredores, 
induzindo o pouso sobre o calcanhar, 
o que facilita as lesões. 



Para um darwinista, isso não é nenhuma surpresa. A surpresa seria se um grupo de engenheiros em uma fábrica de tênis tivesse conseguido desenvolver em 30 anos uma solução melhor que a obtida pelo processo de seleção natural durante mais de 4 milhões de anos.
Afinal, a capacidade de correr longas distâncias foi selecionada porque aumentou a eficiência com que nossos ancestrais conseguiam abater a caça e fugir dos predadores. Até recentemente, muitas tribos ainda perseguiam quadrúpedes por dias, comendo durante a corrida, até que a presa, faminta e exausta, era abatida e devorada.


Fonte: fernando reinach - (O ESTADO DE SÃO PAULO)






VEJA TAMBÉM MATÉRIA PUBLICADA NESTE BLOG
EM 7 FEV 2010
CORRER COM TÊNIS OU DESCALÇO???

domingo, 27 de março de 2011

QUE EXERCÍCIO FAZER NA ARTRITE?




Para quem pratica exercícios, as dores nas articulações podem tornar o treino muito menos prazeroso e muitas vezes impraticável. Por isso, pessoas que sofrem com artrite deixam uma rotina saudável de atividades físicas por não suportar o incômodo. "Acontece que a artrite pode favorecer o aparecimento de outros problemas. Como as articulações ficam mais doloridas, os indivíduos ficam mais propensos ao sedentarismo, que pode causar obesidade, problemas cardíacos e ortopédicos.



É importante exercitar-se 
para manter as articulações saudáveis. 




Quando o corpo está ativo, as articulações ficam mais flexíveis e tem suas funções motoras preservadas, portanto mesmo com a artrite, o exercício é muito bem vindo. Além disso, músculos mais fortes evitam que as juntas se deformem.  

Mas, ao contrário do que muitos pensam, não é tão simples ignorar a dor e entrar em uma rotina saudável. Isso, na maioria das vezes, é até desaconselhado. "Manter uma região inflamada em constante movimento ou contato, impede que o organismo consiga se recuperar. Fazer exercícios que forçam as articulações durante um processo inflamatório é o mesmo que ficar tirando a casquinha de um machucado. A lesão nunca irá cicatrizar e o desconforto só irá piorar", explica o fisioterapeuta do esporte e de ortopedia, Evaldo Bósio, diretor clínico da Prime, fisioterapia especializada. 

Existem vários tipos de artrite, mas os mais comuns são a piogênica aguda e a artrite reumatoide. Para continuar com o corpo em movimento é preciso adaptar a rotina de exercícios de acordo com o tipo de inflamação nas articulações. Tanto o fisiologista quanto o fisioterapeuta ressaltam que é importante o aval de um médico antes de começar a fazer qualquer tipo de atividade, principalmente se a artrite faz parte da sua vida.  


Artrite aguda
Quando a artrite é causada por um trauma ou uma lesão, ela é chamada de artrite aguda ou piogênica. As regiões mais afetadas por esse problema são o joelho e o tornozelo. Nessa situação, os exercícios podem esperar até que a inflamação esteja sobre controle. "Depois que o processo inflamatório nas articulações se apresenta em uma fase já assintomática, exercícios que trabalham a musculatura e protegem as articulações já podem ser feitos", explica o fisioterapeuta. 

Para manter a musculatura apta a repetir os movimentos do dia a dia, muitos dos exercícios repetem os esforços feitos no cotidiano. "Os exercícios para quem sofre com artrite normalmente não envolvem pesos ou são feitos com carga muito reduzida. É comum treinos que imitam movimento de acelerar um carro ou subir uma escada, por exemplo, para fortalecer os músculos mais usados", diz Evaldo Bósio. 

"Quando o corpo está ativo, 
as articulações ficam mais flexíveis 
e tem suas funções motoras preservadas" 



Artrite reumatoide
 Nesse caso, o acompanhamento de um médico é ainda mais importante, já que as dores e inflamações são crônicas e causadas por fatores genéticos. "O exercício físico é um coadjuvante no tratamento com remédios. O médico, ao analisar o estado das inflamações nas articulações, pode diagnosticar alguns exercícios que ajudam a diminuir o avanço dos sintomas da doença", explica Raul Santo de Oliveira. 


"Por causa das dores comuns na artrite reumatoide, muitos indivíduos deixam de praticar esportes, o que pode trazer malefícios à musculatura a as próprias articulações", diz o fisiologista. É por isso que muitos médicos indicam os exercícios como coadjuvante no tratamento à base de remédios para a artrite.






Entre na piscina 
Natação é um ótimo jeito de aumentar o condicionamento das juntas de todo o corpo. "Ela é uma boa escolha, já que trabalha com o fortalecimento de grandes grupos musculares sem causar tensão nas articulações, além de condicionar o sistema cardiovascular", explica o fisiologista Raul Santo. 


Hidroginástica também provoca os mesmos benefícios. Como a água amortece os impactos dos pés com o chão, e oferece maior resistência que o ar, a ginástica feita dentro da piscina traz um maior gasto calórico sem prejudicar as articulações. 





Exercícios isométricos
Quando os exercícios tradicionais se tornam muito difíceis de serem feitos, os exercícios isométricos são uma maneira alternativa de fortalecer os músculos e proteger as juntas corporais. Esse tipo de exercício consiste em forçar os músculos sem provocar um movimento ou mudança de ângulo nas articulações mais afetadas pela artrite reumatoide. "Eles podem ser feitos com várias intensidades, que é estabelecida de acordo com as limitações e necessidades de cada pessoa", explica o fisiologista Raul Santo. 

Um exercício bastante simples, que pode ser feito em casa, se encaixa nessa categoria. "Como a artrite na mão e nos dedos é bastante comum em mulheres, fortalecer os músculos dessa área previne contra dores e até a perda gradual dos movimentos dos dedos. Amarrar os dedos das mãos com um elástico de escritório comum, e fazer força para tentar forçá-lo para fora, trabalha os músculos das mãos e protege as articulações", diz Evaldo Bósio.  


Exercícios de baixo impacto
Nesse grupo de atividades físicas estão a caminhada, a dança, subir escadas e pilates. Essa turma de exercícios controla a pressão sanguínea, o colesterol, fortalece o sistema cardiovascular e ainda queimam calorias. Tais benefícios são importantes porque pessoas com artrite reumatoide estão mais propensas a desenvolver doenças cardíacas. Além disso, são exercícios que ajudam a retardar a perda de massa óssea causada pela artrite, diminuindo as chances de osteoporose no futuro. 


Tai Chi 
Essa técnica oriental pode ajudar os pacientes com artrite a aumentar o alcance de seus movimentos, ficar com mais flexibilidade, tonificar mais os músculos, principalmente das pernas, e proporcionar um melhor equilíbrio corporal. Além disso, ao focar na respiração e na concentração, o Tai Chi ajuda a relaxar e esquecer as dores causadas pela doença. 



Saiba dosar o treino
Para todos os esportistas, fica a dica: não adianta exigir mais do que o seu corpo é capaz de suportar. Para quem sofre com a artrite, esse conselho é ainda mais importante. Manter o corpo sempre em atividade impede a recuperação de microlesões que acontecem durante o treino. Procure sempre um profissional habilitado para dosar o ritmo dos exercícios e as pausas entre eles para atingir um equilíbrio ideal.
Fonte:fisiologista do esporte Raul Santo de Oliveira

quinta-feira, 24 de março de 2011

ALGUNS HÁBITOS CONDENADOS PELOS FISIOTERAPEUTAS



1-Carregar a mochila pesada em um ombro somente. 


Erro de postura observado frequentemente em crianças e adolescentes, essa posição faz com que o peso da mochila seja colocado apenas sobre um dos ombros, o que pode provocar uma alteração postural chamada escoliose (desvio lateral inadequado da coluna). O uso correto da mochila é com alças bilaterais, na frente ou nas costas 





2-Apoiar os cotovelos na mesa 
O hábito de manter os cotovelos apoiados na mesa, especialmente durante reuniões, além de escurecer e engrossar a pele, pode provocar uma bursite (inflamação crônica na bursa, que é um tipo de almofada que fica entre o osso e a pele). Em casos de inflamações crônicas, pode ser necessário fazer tratamento cirúrgico 





3-Ler deitado na cama 
É uma das piores posturas para a coluna. Normalmente, as pessoas dobram o travesseiro e se deitam, permanecendo com o queixo para a frente (quase encostado no peito). Esse apoio não é abrangente para a coluna como um todo, o que contribui para dores nas costas. Segundo a ortopedista Maria Fernanda Silber Caffaro, o ideal é ler com um apoio triangular para as costas para minimizar o esforço. 




4-Levantar peso sem flexionar os joelhos 


Quando a pessoa se abaixa sem dobrar os joelhos para carregar algum objeto, precisa fazer um impulso para voltar. Isso atinge a coluna. O correto é abaixar-se flexionando os joelhos, assim o impulso para a volta é realizado com a força dos músculos das pernas, e não com os músculos das costas. Se o movimento for errado, a coluna pode "travar". 





5-Sentar com a perna cruzada 
Segundo o ortopedista Cláudio Santili, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ficar muito tempo sentado com a perna cruzada não é adequado porque pode provocar dormência e tensão na região dos culotes. Logo, pode causar dores musculares ou até uma bursite no quadril. Além disso, o peso de uma perna em cima da outra também pode aumentar as dores no quadril. 





6-Dormir com dois travesseiros 
Hábito bastante comum entre os adultos, pode provocar um desconforto semelhante ao de ler deitado na cama. Os travesseiros ficam muito altos e a coluna não fica completamente acomodada. Pode provocar torcicolos e dores musculares. Se for dormir com dois travesseiros, o ideal é usar um de espuma bem fino por baixo e um de penas e mais flexível por cima, para que eles se moldem ao pescoço. 




7-Sentar em cadeira escolar com braço 
Segundo o fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, presidente do Coffito, a carteira escolar deve ser ergonômica (de preferência, com mesa e cadeira ajustáveis). Cadeiras com braço forçam uma inclinação ruim da coluna para o lado, deixando-a torta. Como o uso dessas cadeiras é diário, aumenta-se o risco de dores nas costas e de disfunção postural. 





8-Jogar videogame com pernas "de índio" 
De acordo com o ortopedista Cláudio Santili, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, essa é uma postura muito comum entre crianças e adolescentes. O problema de ficar muito tempo sentado com as pernas cruzadas é que a musculatura da coxa fica tensa e os ombros ficam caídos para frente. A repetição pode provocar dores nos joelhos e hipercifose na coluna 





9-Usar sandália com salto alto diariamente 
A altura ideal do salto não deve ultrapassar 5 cm. Acima disso, há uma alteração de postura porque a pessoa precisa manter o equilíbrio na parte anterior do pé. Quanto maior o salto, maior o peso na parte anterior do pé. Isso encurta a musculatura da panturrilha de maneira crônica e o corpo se acostuma à postura errada, o que pode provocar alterações posturais importantes 





10- Ver TV deitado de lado no sofá 
Trata-se de outra posição inadequada, pois normalmente o braço do sofá é muito alto e serve como apoio para o pescoço, o que deixa a coluna totalmente torta. Isso pode causar dores musculares na região do pescoço, semelhantes ao torcicolo, além de dor no meio das costas e na região lombar. O ideal é ver TV sentado ou em poltronas reclináveis (que apoiam a coluna inteira). 
Fonte:maisvocê

terça-feira, 22 de março de 2011

VANTAGENS DA BICICLETA ERGOMÉTRICA.





Vantagens

- Melhora do condicionamento físico, dos sistemas cardíaco, respiratório e vascular.
- Ganho de resistência muscular nas pernas, o que é diferente de ganho de massa muscular.
- Grande perda calórica e de gorduras localizadas.

Riscos 
- Não há risco algum em praticar bicicleta na academia ou em casa. Nem mesmo perigo de cair do aparelho você tem.
- O problema surge quando a pessoa é má orientada, quando o profissional que a acompanha não mostra a maneira correta de sentar na hora de pedalar, por exemplo. Neste caso, a chance de machucar a articulação do joelho ou do tornozelo é bastante grande. Procure orientação adequada.



Período mínimo para fazer efeito
- Recomenda-se que se pratique bicicleta ergométrica três vezes por semana, de 30 a 60 minutos por sessão. Para os iniciantes, 30 minutos é o bastante.

- A freqüência cardíaca recomendada é de 65% a 75%.
Observação: para calcular a sua freqüência cardíaca ideal, os médicos costumam recomendar usar a fórmula: 220 - idade = freqüência cardíaca total (100%). Na dúvida, consulte um médico.

- Para quem seguir essas instruções, a adaptação pode ocorrer em, no máximo, 12 sessões. Portanto, depois de um mês de treino, você já sentirá evolução no condicionamento físico.



Gasto calórico médio
- De 300 a 600 kcal/hora
Observação: A queima de gorduras localizadas depende do sexo, idade, metabolismo e condicionamento físico da pessoa.



Quem deve fazer 
- A bicicleta ergométrica é indicada a qualquer pessoa, desde que não tenha problemas no coração ou na articulação do joelho.





Detalhes do esporte:
Gasto calórico:
    
Ganho de massa muscular:
    
Riscos e desgaste físico:
    
Obs.: pontuação relativa a 30 minutos de pedalada praticada em ritmo moderado. A queima calórica depende do sexo, idade, metabolismo e condicionamento físico da pessoa.






Procure um treinador capacidado para conseguir um treinamento adeqüado. 


Nunca se empolgue demais e ultrapasse seus limites. Muitas pessoas entram em processo de overtrainning (excesso de exercícios) e o professor só consegue perceber o problema quando ele já está avançado. Isso pode acarretar em aumento da freqüência cardíaca e fraqueza do sistema imunológico, por exemplo. 


Use sempre roupas confortáveis e beba água durante o tempo em que estiver pedalando. Mas sem exageros.
Fonte: Paulo Henrique Ferreira Silva






VEJA MATÉRIA PUBLICADA EM 
14 DEZ 2010
BICICLETA ERGOMÉTRICA:
 VANTAGENS E DESVANTAGENS