sábado, 1 de março de 2014

O MITO DA LABIRINTITE

    
1- O mito da labirintite.
         












O aparelho labiríntico corresponde a um órgão que fica bem perto da orelha interna e é um dos principais responsáveis pelo nosso senso de equilíbrio. Labirintite é o nome que se dá a uma inflamação (ou irritação) do aparelho labiríntico. Quando alguém está tonto, quase sempre é por conta de um mau funcionamento do aparelho labiríntico, ou seja, uma labirintite.


O diagnóstico de "labirintite", no entanto, é um dos maiores engodos da medicina moderna.


Isso porque o médico que faz o diagnóstico de "labirintite" está praticamente devolvendo ao paciente a sua queixa (tontura) com outro nome. Labirintite (ou síndrome labiríntica) não é um diagnóstico final. Significa simplesmente dizer que a pessoa está tonta. É preciso, isso sim, investigar uma causa para essa tontura (labirintite) e tentar então atuar sobre ela.



Muito menos o uso de depressores labirínticos, como cinarizina (Stugeron) ou flunarizina (Vertix) são um tratamento. Estas medicações estão para a labirintite como a Dipirona (Novalgina) está para dor. Elas são medicações sintomáticas, ou seja, tendem a controlar (diminuir) a tontura sem agir sobre a causa, assim como a dipirona controla (diminui) a dor independente do que a causou.



Então por que é tão frequente uma pessoa tonta ir a uma emergência, receber o diagnóstico de labirintite e então ser tratada com uma dessas medicações?



Simples. Porque na maioria das vezes (cerca de metade dos casos) não conseguimos descobrir uma causa para a labirintite, mesmo depois de investigar. De modo que ao invés de dizer ao paciente "você está tonto e eu, mesmo investigando, tenho grandes chances de continuar sem descobrir porquê", preferimos dizer "você está com labirintite, tome aqui essa medicação que você deve ficar bom. E se a tontura voltar, bem labirintite é assim mesmo, não tem cura...".



Mas é óbvio que este não é um motivo aceitável para não se investigar e tentar encontrar uma causa. Até porque, em quase todas as causas de labirintites recorrentes (aquelas nas quais o paciente tem mais de uma crise ao longo da vida) podemos identificar uma causa e estabelecer um tratamento mais específico.



2- O mito do exame do labirinto.



"Estava tonta, fiz o exame do labirinto e confirmou labirintite".



Este é outro mito. O exame do labirinto, aquele em que se joga água ou ar quente e frio no ouvido do paciente, chamado de Vectoeletronistagmografia (VENG)não "diagnostica" labirintite, até porque, como já explicamos, labirintite não é um diagnóstico. Tampouco é um exame capaz de identificar com exatidão a causa da labirintite. Ele pode, no máximo, sugerir uma possível causa para aquela labirintite, apontar um caminho, mas está longe de ser incisivo, definitivo em seu resultado.



Aliás, um resultado normal no teste do labirinto não exclui labirintite. Trata-se, portanto, de um exame bastante limitado, que pode até ajudar quando considerado em conjunto com outros dados da investigação, mas não de forma isolada. Na prática, é um exame superdimensionado. Não é errado pedi-lo ou fazê-lo, em absoluto, mas é preciso ter expectativas realistas quanto ao que ele pode oferecer de resultado.
Fonte: .otorrinobrasilia.com/.












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2 comentários:

  1. Então tá. Eu tenho estas tonturas e quando as tenho tomo vertix, as vezes dois por dia e melhoro. Que devo fazer então?

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  2. Raisa
    Avaliação clínica e o exame otoneurológico completo são muito importantes para estabelecer o diagnóstico da labirintite, especialmente o diagnóstico diferencial,

    É bom lembrar que as seguintes enfermidades podem provocar sintomas bastante parecidos:

    hipoglicemia,

    diabetes,

    hipertensão,

    reumatismo

    doença de Mèniére,

    esclerose múltipla,

    tumores no nervo auditivo, no cerebelo e em áreas do tronco cerebral,

    drogas ototóxicas,

    doenças imunológicas e

    cinetose, também chamada de doença do movimento que não tem ligação com as doenças vestibulares ou do labirinto.


    A tomografia computadorizada e a ressonância magnética, assim como os testes labirínticos, podem ser úteis para fins diagnósticos.

    É preciso fazer um tratamento de base, no sentido de prevenir as crises, se possível respaldado pelo diagnóstico etiológico da doença.

    Conhecer sua causa permite tratar melhor o paciente. Em sua grande maioria, os tratamentos são sintomáticos, com drogas que deprimem o labirinto e evitam as crises de tontura.

    Uma vez estabelecida a causa e estabelecido o tratamento adequado, a tendência é a doença desaparecer.

    uma dieta extremamente leve constituída por alimentos fáceis de digerir e líquidos à vontade. Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir as crises de labirintite.

    Algumas sugestões:
    1. Evite ingerir álcool. Se beber, faça-o com muita moderação;

    2. Não fume;

    3. Controle os níveis de colesterol, triglicérides e a glicemia;

    4. Não deixe grandes intervalos entre uma refeição e outra;

    5. Pratique atividade física;

    6. Ingira bastante líquido;

    7. Recuse as bebidas gaseificadas que contêm quinino;

    8. Procure administrar, da melhor forma possível, as crises de ansiedade e o estresse;

    9. Importante: não dirija durante as crises ou sob o efeito de remédios para tratamento da labirintite.

    10. Evite estresse, ansiedade. Controlar a parte psíquica e emocional é muito importante.


    Atenciosamente
    Roberto Quintana




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