sábado, 8 de agosto de 2009

BRASIL PRESENTE NO CONGRESSO MUNDIAL DE GERONTOLOGIA

Fisioterapeuta Roberto Quintana e a geriatra Juliane Ferrari

O fisioterapeuta Roberto Quintana participou do último Congresso Mundial de Geriatria e Gerontologia em Paris, evento realizado no período de 5 a 9 de julho e em entrevista a Revista Viver conta sobre alguns assuntos abordados neste evento.

VIVER: Dr. Roberto, poderia nos contar sobre o congresso que participou no início deste mês em Paris?

O Congresso Mundial de Geriatria e Gerontologia é um evento que ocorre a cada 04 anos, reunindo especialistas de todos os cantos do mundo, onde são discutidos as últimas novidades com relação ao envelhecimento humano. Este congresso é o maior evento mundial sobre este assunto.
Aliado a tudo isto, há em paralelo uma exposição comercial apresentando as últimas novidades e tecnologias de todo o mundo ligados a área..

VIVER: Quais os assuntos abordados neste Congresso?

Foram abordados diversos assuntos ligados a área do envelhecimento,

Os principais assuntos foram as diversas patologias que acometem os idosos, entre elas, o assunto mais discutido foi a doença de Alzheimer, já na própria abertura do congresso foi evidenciado o alarmante crescimento desta patologia no mundo e a corrida dos profissionais ligados ao idoso para lidar com esta situação. Mais de 100milhões de pessoas sofrerão com o mal de Alzheimer em todo o mundo até 2050.

VIVER: E foi discutido alguma atuação prática para o Alzheimer?

Sim, desafios e mais desafios! A gente tem que desafiar a memória e o físico sempre. Eu costumo sugerir jogos de toda espécie, atividades diferenciadas como o aprendizado de uma nova língua, por exemplo, porque se a gente faz coisas diferentes está estimulando áreas diferentes do cérebro. Mas, mais importante do que tudo, é a gente sair do cotidiano, sair da mesmice. É muito importante fazer coisas diferentes. Então, assim: se você vai para algum lugar sempre pelo mesmo caminho, vai ao trabalho pelo mesmo caminho, por exemplo, eu sugiro diversificar – mudar o local de compras, fazer compras num roteiro diferente, começar por onde você costuma terminar; tomar banho de olhos fechados, colocar o relógio no outro braço ... Fazer coisas diferentes, porque se a gente faz coisas diferentes está estimulando áreas diferentes do cérebro. Inovar sempre.

VIVER: O que mais lhe chamou a atenção neste evento?

O que mais me chamou a atenção foram as diversas tecnologias utilizadas em benefício do idoso, foi muito evidenciado a Gerontotecnologia, uma nova ciência preocupada com aplicação da engenharia com o intuito de aumentar a qualidade de vida, principalmente daqueles idosos que vivem sozinhos.

VIVER: E com relação a sua área específica, a fisioterapia , o que foi abordado?

Foi muito falado da importância da atividade física e da grande redução do número de doenças naqueles que praticam uma atividade física regularmente. Estudos comprovam que pessoas sedentárias tem 40% a mais de probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares como hipertensão, por exemplo.

Comentou-se muito da importância das atividades aeróbicas como o caminhar e a corrida, mas a necessidade de aliar com a atividade aeróbica exercícios de fortalecimento muscular como musculação e o Pilates. E o cuidado nas escolhas do tipo de atividades físicas para não causar um dano, às vezes, muito maior.

VIVER : Comentou-se sobre Pilates também?

A atividade do Pilates e a caminhada foram os exercícios mais indicados para os idosos, a primeira por ser uma atividade com resistência sem impacto, o que é fundamental para o fortalecimento ósseo e muscular e a caminhada por trabalhar com o sistema cardio-respiratório, sendo esta uma atividade de baixo impacto.

VIVER: De tudo o que viu no congresso, o que considera importante para o público da revista VIVER?

Para ter em mente sempre que o velho de amanhã é o jovem de hoje. E, viver bem é uma contingência do dia-a-dia. Ninguém decide ficar bem de repente e vai ficar bem porque decidiu........, não. O que a gente recomenda para todos é que a vida é curta, A idade avança. E tem que investir em qualidade de vida começando agora, alterando hábitos alimentares, diminuindo produtos químicos na alimentação e entrando com atividade física sim. Inclusive, para o público mais jovem, num ritmo adequado a cada um, respeitando sempre as próprias individualidades.

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