Apnéia do sono
é o pesadelo
de quem dorme mal
O ronco é o principal sintoma da doença,
que já atinge 25% da população
entre 40 e 60 anos
Foi-se o tempo em que uma noite mal dormida tinha apenas por conseqüência o cansaço no dia seguinte. Ao sofrer de insônia, obviamente, a moleza aparece para denotar um sono mal concluído, mas agora o caso é mais sério, de preocupação com a saúde.
O fato deve-se à existência de uma doença que, segundo a Sociedade Brasileira do Sono, já atinge 25% da população entre 40 e 60 anos:
a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. A doença é caracterizada por pausas repetidas de 10 a 30 segundos na respiração de uma pessoa que está dormindo. O ronco, muito comum em quem sofre de apnéia, é interceptado por estas paradas na respiração que podem ocorrer até cinco vezes em uma hora de sono -, o que leva o indivíduo a acordar assustado e retomando o ar.
A deficiência na oclusão dental e as deformidades de posicionamento da mandíbula e maxila acarretam o estreitamento das vias aéreas. Assim, o ar, como entra com mais dificuldade, faz com que a pessoa ronque mais. Este quadro, de roncadura e má posição do esqueleto facial inferior, é um prato cheio para, quando analisado por um especialista, ser diagnosticado como apnéia do sono.
É muito importante a avaliação especializada e um correto diagnóstico, pois tais alterações maxilomandibulares somente são passíveis de correção por meio da cirurgia ortognática, que irá reposicionar os maxilares e criar uma via aérea permeável e livre , destaca o cirurgião buromaxilofacial e especialista em cirurgia ortognática Otavio Cintra.
A doença atrapalha de noite, mas pode ser sentida durante o dia também. Cefaléia matutina, cansaço, falta de atenção, baixo rendimento no trabalho, alteração de humor, fadiga, dificuldades em concentração, perda de memória e libido e sonolência excessiva são prejuízos freqüentes de uma noite mal dormida.
Este último, por sua vez, se agravado, pode incapacitar o indivíduo de participar de situações ativas como reuniões, conversas, idas ao teatro ou cinema. Isso porque a sonolência extrema faz com que a vontade de dormir não espere até chegar em casa. Além disso, a apnéia pode gerar outros malefícios à saúde, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e depressão, dentre outros.
A doença pode aparecer por diversos motivos: obesidade, anormalidades endócrinas ou craniofaciais, como aumento do tecido mole e tecido linfóide da faringe, obstrução nasal, como hipotireoidismo e também devido ao histórico familiar.
Uma medida fácil que pode ser feita em casa em frente a um espelho é o Teste de Mallampati. Ao abrir bem a boca, tente ver a úvula (sininho). Caso não consiga visualizá-la procure um médico, pois pode ser sinal de apnéia do sono.
Definitivamente não é normal roncar e ter momentos de falta de ar durante a noite. Se notado algum sintoma é imprescindível iniciar rapidamente o tratamento e preservar a qualidade de vida , reforça Otavio Cintra.
Fonte: minhavida