domingo, 25 de julho de 2010

O PROBLEMA POSTURAL DO PROFISSIONAL QUE TRABALHA EM CASA

 

 

Trabalhar em casa afeta a saúde?

 

Isso vai depender da atitude 

de quem vira um home officer 

(o profissional que transfere o escritório para o próprio lar)




Mais do que uma tendência, essa é uma realidade. Com as facilidades proporcionadas pela internet e pela telefonia móvel, empresas e trabalhadores descobriram no chamado home office uma solução mutuamente atraente. 

O trabalho em casa é um convite ao improviso. Imagine-se mexendo no computador sentado em um sofá bem macio, de pés para cima, vendo TV... Parece bastante confortável, não? Pode até ser, mas, depois de algumas horas, essa posição pode travar a coluna. 


Por isso a ergonomia é um item fundamental 
na hora de planejar um home office.



Para evitar lombalgias, tendinites, problemas no pescoço e varizes por má circulação do sangue, é preciso investir em um assento apropriado, acessórios de informática que favoreçam uma boa postura e uma bancada que permita a colocação do monitor em uma altura adequada, aconselha a médica Marcia Bandini.


TECNOLOGIA NECESSÁRIAA lista de opções tecnológicas para um escritório bem equipado é grande: 
  • linha exclusiva de telefone com identificador de chamada e secretária eletrônica, 
  • telefone móvel, 
  • laptop e/ou PC, 
  • impressora, 
  • aparelho de fax, 
  • scanner, 
  • gravadores de CD e DVD, 
  • dispositivo de armazenamento de mídia removível, 
  • modem para acesso à internet e estabilizador de energia. 
Uma dica para quem tem notebook é adaptar uma base de expansão configurável, que traz monitor, teclado, mouse, impressora, máquina de fax e scanner sempre acoplados e prontos para usar.

Afinal, é uma forma de reduzir custos para as companhias e, em princípio, favorecer a qualidade de vida do funcionário ou do prestador de serviço que transfere o escritório para o próprio lar. Mas como fica a saúde (e o desempenho) desse indivíduo que deixa o dia-a-dia corporativo para recriar em sua residência um novo ambiente profissional?


A psicóloga paulistana Andrea Piscitelli, de 31 anos, consultora de recursos humanos, diz que se reencontrou profissionalmente ao decidir trabalhar em casa. Não sinto mais as dores de cabeça que me atormentavam quando tinha de pegar trânsito, diz, comemorando. Hoje sou dona do meu tempo, trabalho ouvindo música, descalça, com um incenso aceso e vestindo roupas confortáveis. Contratei até um especialista em feng shui para garantir harmonia ao quarto que virou escritório. 

O resultado, segundo a moça, é que, embora o volume de tarefas tenha aumentado, o estresse diminuiu. Ela acredita que a flexibilidade de horário tenha feito uma bela diferença. Como rendo mais à noite, posso reservar um horário da tarde para tomar chá com a minha avó, por exemplo, e só depois voltar ao batente.


Nem tudo, é claro, funciona como Andrea gostaria. Um problema aparentemente simples com o servidor do e-mail foi capaz de tirar-lhe o sono. Eu estava aguardando uma mensagem importante, mas a assistência técnica só poderia resolver o impasse na manhã seguinte. Não dormi direito e, preocupada, saltei da cama quando o dia ainda estava raiando, conta a consultora. E os percalços não param por aí. Como estou sempre online em casa, meu namorado reclama do tempo que passo na frente do computador. Mas acho que já melhorei de uns tempos pra cá...


A médica do trabalho Marcia Bandini nota que o home office pode ser ou não benéfico à saúde de uma pessoa conforme as circunstâncias. Ela alerta que os riscos mais significativos dizem respeito à saúde mental e à ergonomia

A cadeira, a mesa e o computador 
precisam ser apropriados 
para uma pessoa que vai passar 
um bom tempo sentado, 
sob pena de ela desenvolver 
males esqueléticos e musculares 


Paralelamente há os problemas de falta de organização, planejamento e disciplina, que podem levar a um quadro importante de estresse e a outras conseqüências psíquicas mais acentuadas.


Marcia Bandini diz que o profissional precisa se fazer algumas perguntas. Será que sua atividade se adapta ao home office? Ele está preparado para ficar longe dos colegas? A estrutura doméstica permite montar um escritório? Depois, vêm as questões de organização, como estabelecer prioridades e jornada. Administrar mal esses fatores significa sofrimento psíquico e queda de rendimento. Aí, a proximidade da geladeira pode ser perigosa, uma vez que favorece a obesidade, observa.


Na prática, o tempo que se ganha ao eliminar o deslocamento pode ser perdido se a pessoa ficar refém da indisciplina. Ela fica improdutiva, descumpre prazos, perde clientes, trabalha mais horas para compensar e vira um workaholic, ilustra o administrador de empresas Fernando Antonio da Silva.


O home officer também se depara com o isolamento e a falta de limites entre a vida profissional e a pessoal. O designer editorial Heraldo Galan, de 46 anos, também de São Paulo, sabe bem o que é isso, depois de uma década de trabalho doméstico e sem convívio. Não tenho a famosa happy hour com colegas, diz. Pai de uma menina de 3 anos, ele finalizou projetos com prazos por vencer enquanto a pequena chorava no colo da mãe. Também já atendi à ligação de um fornecedor às 10 da noite, justo na hora em que assistia a um filme na TV.


As adversidades fazem parte da rotina do escritório em casa, mas há casos inconciliáveis, como o de um executivo assessorado pela consultora Priscila de Oliveira, de São Paulo. Ele estava acostumado a grandes decisões, mas quem cuidava da parte operacional era a secretária, lembra a psicóloga. Quando sentiu dificuldade para resolver problemas corriqueiros, passou a descontar a irritação na família e quase destruiu o casamento. Portanto, é preciso pesar prós e contras antes de instalar em casa uma estação de trabalho.

Por: GIULIANO AGMONT 

Fonte: revistasaúde 

 

veja também matéria publicada neste blog em

22 FEV 2010: 

CARACTERÍSTICAS DE UMA CADEIRA ERGONÔMICA


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