Os prós e contras no uso de silicone
Apesar de o silicone nos seios ter virado moda nos últimos anos, o implante não é tão simples quanto parece. Colocar a prótese oferece os mesmos riscos que outras cirurgias. Por isso, antes de se submeter ao bisturi procure esclarecer todas as dúvidas com seu médico.
Segundo os especialistas, a incisão para colocar a prótese de silicone pode ser feita em volta da aréola, no sulco sob o seio ou na axila.
Cada médico prefere uma técnica. Já a posição do implante depende da constituição física da paciente. Se for magrinha e com pouquíssimo peito, a prótese deve ser colocada sob o músculo peitoral para um efeito mais natural, quando é chamada prótese retromuscular.
A retroglandular, prótese implantada logo abaixo da glândula, é mais indicada para quem tem seios médios ou flácidos.
A retroglandular, prótese implantada logo abaixo da glândula, é mais indicada para quem tem seios médios ou flácidos.
Em relação ao formato, a prótese pode ser redonda com perfil alto, redonda com perfil baixo e em gota.
«Normalmente, médico e paciente decidem juntos, avaliando o desenho natural da mama e o resultado desejado», diz a cirurgiã plástica Edith Kawano Horibe, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
«Normalmente, médico e paciente decidem juntos, avaliando o desenho natural da mama e o resultado desejado», diz a cirurgiã plástica Edith Kawano Horibe, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A prótese redonda com perfil alto deixa o seio com mais volume e projectado para frente; a com perfil baixo é mais natural; e a terceira deixa o seio em formato de gota. Elas são envolvidas com silicone sólido que pode ser liso, texturizado ou revestido de poliuretano. Já seu interior, pode ser de silicone, gel ou soro fisiológico. Os tamanhos mais procurados são 195, 215 e 235 mililitros.
Outra informação importante é que quanto mais elástica a pele, melhor a cicatrização. O corte no sulco mamário deixa uma cicatriz de cerca de 4 centímetros, que fica escondida pelo volume do seio. A incisão na metade inferior da aréola é quase imperceptível. Já na colocação da prótese via axila é feito um corte de 4 centímetros que fica disfarçado pelas dobras do tecido.
Normalmente, a paciente é operada pela manhã e no período da tarde já é autorizada a voltar para casa. Alguns médicos colocam uma sonda para ajudar a desinchar a região e, nesse caso, aconselham que ela durma no hospital pelo menos uma noite. O tempo da cirurgia varia entre uma hora e meia e três horas e o tipo de anestesia - peridural ou local com sedação - fica a critério do médico.
Rejeição e contra-indicação da cirurgia
O implante de silicone nos seios não é indicado para menores de 15 anos, pois até essa idade, geralmente, os seios não estão totalmente desenvolvidos. Mulheres com flacidez nas mamas, antes de colocar a prótese, têm de passar por uma plástica para retirar o excesso de pele - o que é feito na mesma cirurgia.
O organismo pode rejeitar a prótese, envolvendo-a em uma cápsula fibrosa, que vai endurecendo, deformando os seios e causando dor. Próteses com invólucros texturizados ou revestidos de poliuretano diminuem esse risco. Caso a cápsula fibrosa se forme, o médico rompe a malha e troca o implante em uma nova cirurgia.
Os dias seguintes
Terminada a cirurgia, o médico veste um sutiã reforçado na paciente. Ele pode ainda envolver o peito com uma faixa elástica, que ajuda a fixar o implante. Por um mês, todo esses «curativos» só podem ser retirados na hora do banho, isso a partir do terceiro dia. A recuperação é dolorida e a volta ao trabalho é liberada em cinco dias. Para fazer sexo é preciso esperar cerca de duas semanas; um mês para dirigir; e dois meses para fazer exercícios peitorais, carregar peso e apanhar sol.
É possível amamentar com silicone?
É raro, mas há mulheres com silicone que não conseguem amamentar.
O auto-exame também fica mais difícil, principalmente quando a prótese é retroglandular.
«Ela fica atrás da glândula mamária e altera a sensibilidade dessa região, dificultando a identificação de nódulos por meio do toque», explica o médico oncologista Ricardo Caponero, de São Paulo. «Por isso, é mais seguro recorrer à ultra-sonografia mamária, que identifica nódulos e ainda informa se a prótese apresenta fissuras.»
Já a prótese retromuscular não compromete o exame. Outra desvantagem é a necessidade eterna da prótese. Depois de implantada, a prótese distende a pele e não há mais como voltar atrás. Caso a mulher queira remover o silicone, a mama fica flácida, murcha. Só dá para substituir o modelo anterior. E toda mulher com silicone deve trocar a prótese a cada dez anos.
Fonte: terra VEJA TAMBÉM
MATÉRIA PUBLICADA NESTE BLOG EM
22 FEV 2010
PROBLEMAS NAS MAMAS PÓS SILICONE