domingo, 18 de abril de 2010

CHUTE ENQUANTO DORME: PODE SER SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS

 

Bastante comum em idosos, 

o problema é considerado 

um distúrbio do sono


Formigamento e inquietação involuntária das pernas que incomoda de tal maneira que fica difícil dormir bem são sinais do quadro que indica a síndrome das pernas inquietas, um mal que atinge 30% da população mundial.

"Existem dois distúrbios do sono relacionados ao movimento das pernas: a síndrome das pernas inquietas e os movimentos periódicos das pernas, que se manifestam em situações de relaxamento, em geral antes de dormir e durante o sono".

 "Na síndrome, que antecede o sono, a pessoa sente formigamento e caimbras que só passam quando se movimenta as pernas. No caso dos movimentos periódicos, ocorrem chutes e despertares noturnos", explica a educadora física do Instituto do Sono Andrea Maculano. 


"O quadro mais comum 
é que as pessoas apresentem
as duas patologias associadas"

A resposta está no sistema nervoso central. 
Para a especialista do Instituto do Sono, a doença é resultado de uma disfunção no sistema nervoso central que altera a recepção dos estímulos motores pelas pernas.

De acordo com Andrea, não há causas comprovadas do problema, mas sabe-se que algumas situações podem agravar o quadro: 



A síndrome está diretamente ligada à:
  • falta de ferro no organismo, 
  • ao uso de medicamentos que alteram o sistema nervoso central
  • e fatores genéticos.

A síndrome se caracteriza por movimentos rítmicos, repetidos e estereotipados das pernas, ocasionados por contrações musculares como extensão do dedão do pé, dorso flexão do tornozelo ou graus variáveis de flexão e extensão do joelho ou do quadril. A contração muscular ocorre em intervalos regulares de 10 a 120 segundos. 




"Muitas vezes a pessoa nem percebe o problema e as contrações se tornam cada vez mais frequentes. Então, tornam-se comuns chutes e insônia. O ideal é buscar ajuda logo aos primeiros sinais do distúrbio para não desenvolver outras patologias e machucar quem compartilha a mesma cama", explica Andrea.

O diagnóstico vem após um exame chamado polissonografia, que avalia o padrão do sono da pessoa. "São colocados eletrodos em regiões especificas do cérebro para monitorar o que acontece durante uma noite de sono. Assim o paciente consegue perceber a inquietação", explica. 



A idade interfere sim!
Na maioria das vezes, a inquietação das pernas aumenta com a idade. Segundo a especialista, estima-se que 40% dos casos ocorram em pessoas acima de 60 anos.

No entanto, essa síndrome pode ter caráter genético. Nestes casos, os sintomas podem aparecer mais cedo, por volta dos 20 anos ou até mesmo em crianças.


Outras doenças associadas

Em geral, o movimento involuntário das pernas está associado à insuficiência renal, lesão medular, anemia e é mais presente em gestantes devido a redução dos níveis de ferro no organismo durante a gravidez: 



"Alguns nutrientes ajudam a manter o equilíbrio 
entre as ações dos sistema nervoso e sua execução pelo corpo. Quando há deficiência destas substâncias, 
ocorrem alterações motoras 
como as que caracterizam a síndrome"

Mas nem sempre a inquietação tem origem na falta de nutrientes e, muitas vezes, indica a presença de outras patologias, como as que atingem os rins, a medula e músculos, além de anemia e doenças típicas do sistema nervoso central como o Parkinson.




Exercícios físicos contra o mal
A prática regular de exercícios físicos é capaz de melhorar os sintomas da síndrome. "Praticar atividades físicas ajuda a manter corpo e mente em equilíbrio. No primeiro momento, partimos para a prática de exercícios coordenados e específicos e, caso na funcionem, prescrevemos o uso de medicamentos que agem direto no sistema nervoso", explica Andrea.



Tratamento 
Vários tipos de tratamento estão sendo usados para melhorar a síndrome. A especificação de cada um deles depende muito da gravidade do caso e dos impactos no dia a dia do paciente.

"Em geral, usam-se substâncias para o tratamento farmacológico, como, por exemplo, os agentes dopaminérgicos, os opiáceos, os benzodiazepínicos, os anticonvulsivantes e o ferro, que ajudam a controlar os movimentos ou a diminuir a intensidade das contrações", afirma a especialista do Instituto do Sono. 
Fonte:Natalia do Vale 

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