sábado, 3 de abril de 2010

A PERDA ÓSSEA

Desde a fase do nascimento até a formação completa do esqueleto, em um indivíduo normal, há um acúmulo de cálcio pelo organismo, fazendo com que ocorra o processo de calcificação completa do esqueleto cartilaginoso. Acredita-se que por volta dos 18/21 anos de idade é que esta calcificação esteja completa sendo, nesta fase, atingida a quantidade máxima de cálcio dentro do organismo, ou seja, o valor máximo de massa óssea.

Esta quantidade máxima tende a persistir até ao redor da quarta década da vida, quando então se inicia a perda pela idade. Quanto maior é o pico de massa óssea atingida pelo indivíduo, maior será a sua reserva de cálcio para o envelhecimento, e menor será a sua suscetibilidade a fraturas.

Admite-se que o pico de massa óssea é uma característica de cada indivíduo, sendo influenciado na sua formação, por alguns fatores como: Patrimônio genético, ingesta de cálcio, atividade física, ingesta proteica e hormônios sendo estes os grandes determinantes do valo máximo da massa óssea do adolescente.

Acredita-se que pelo menos 50% do pico de massa óssea seja atingido ainda na adolescência, sendo que a maior velocidade de ganho de massa óssea ocorre no início da segunda década da vida, no momento da puberdade, e atinge um platô por volta dos 18 anos se mantendo por um longo período.

Costuma-se aceitar que os homens possuem um pico de massa óssea superior ao das mulheres, quando em estudos comparativos de altura e peso.

Fatores que Influenciam o Pico de Massa Óssea

  • Cálcio - O cálcio é o principal componente mineral do tecido ósseo, se depositando ao redor de uma malha proteica. A deficiência nutricional de qualquer elemento que limite a capacidade do organismo em sintetizar matriz óssea poderá influenciar no tamanho dos ossos e/ou a massa óssea, por conseguinte, limitando o pico de massa óssea. Admite-se que a elevação da ingestão de cálcio na mulher adolescente e adulta jovem certamente resultará em maior pico de massa óssea e menor incidência de fraturas na velhice.
  • Hormônios O ganho de massa óssea durante o crescimento depende de um funcionamento normal do sistema glandular composto pelas gônadas (produtoras de hormônios sexuais), tireóides, para tireóide, hipófise e supra renal. Inúmeros estudos em mulheres referem-se à influencia dos níveis de estrógeno no processo normal de calcificação; são inúmeros os relatos na literatura de meninas amenorréicas (sem menstruação) que apresentam osteoporose severa no decorrer da sua vida.
  • Peso Corporal - O peso corporal é também um dos grandes determinantes do pico de massa óssea. Acredita-se que devido à propriedade piso elétrica dos cristais de cálcio em se depositar na matrix protéica, jovens mais obesas e que não se utilizaram de medicações a base de hormônios tireoidianos para perda de peso tenham um pico de massa óssea maior do que meninas magras, fazendo com que haja uma correlação positiva entre peso corporal e massa óssea.
  • Exercício Físico - É bem conhecido por todos o efeito positivo do exercício físico sobre a densidade mineral óssea. Estudando-se uma população adulta de esportistas profissionais (tenistas, jogadores de basquete, saltadores) que haviam iniciado a prática de esportes mais intensa ainda na fase de adolescência ou antes, revelaram possuirem estes adultos, maiores valores de massa óssea em relação ao grupo controle.
  • Patrimônio Genético Não existem dúvidas quanto à influência genética/racial como fator determinante no pico de massa óssea. Indivíduos da raça negra apresentam valores maiores de densidade óssea que indivíduos da raça branca sendo que estes, por sua vez, possuem valores maiores quando comparados aos asiáticos.
Concluindo, podemos dizer que, de uma maneira geral, a prevenção da Osteoporose, inicia-se ainda na infância, sendo que as possíveis alterações detectáveis nesta época deveriam ser prevenidas e tratadas, ainda nesta época. Estão elas diretamente relacionadas à :
  • baixa ingesta de cálcio, 
  • inatividade física, 
  • baixa ingesta proteica e
  • retardo no desenvolvimento gonadal.
Pergunte ao seu médico qual a maneira ideal que ele recomenda no seu caso. Procure sempre um especialista.
Dr. Antonio Novaes (Reumatologista)

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