sexta-feira, 16 de abril de 2010

O DESCOBRIDOR DA DOENÇA DE ALZHEIMER


Em novembro de 1906, num congresso de psiquiatria realizado na cidade alemã de Tubingen, o neuropatologista Alois Alzheimer (1864-1915) proferiu uma palestra que entraria para a história da medicina. 

Sob o título "Uma enfermidade específica do córtex cerebral", ele descreveu o quadro da senhora Auguste D. Aos 51 anos, em 1901, depois de ter em público um ataque feroz de ciúme do marido, ela foi internada com problemas de comportamento no Hospital Municipal de Lunáticos e Epiléticos, em Frankfurt, onde Alzheimer trabalhava. 

O local era um sanatório famoso por tratar de usuários de drogas mediante terapias humanizadas, como banhos terapêuticos e psicoterapia. Não havia explicação para a mudança tão brusca de comportamento de Auguste. 

Ela sempre se mostrara recatada e saudável em seus hábitos. O único dado destoante era que, seis meses antes, Auguste começara a ter lapsos de memória e apresentar dificuldade para se expressar. 

Esses déficits cognitivos se agravaram até sua morte, cinco anos mais tarde. Durante a necrópsia da paciente, Alzheimer analisou amostras do tecido cerebral dela. Foi então que ele observou o acúmulo de uma "substância incomum" no córtex cerebral. 

A tal substância, mais tarde se descobriria, era a proteína beta-amiloide. Ele descreveu seu achado da seguinte forma: 

"Uma patologia neurológica
de causa desconhecida 
que envolve déficit de memória, 
alterações de comportamento 
e incapacidade para as atividades rotineiras". 

O distúrbio ganhou o sobrenome do neuropatologista em 1910, quando o psiquiatra Emil Kraepelin (1856-1926), também alemão, descreveu a descoberta de Alzheimer em seu Manual da Psiquiatria, uma das principais referências médicas no século passado. 

Até então, todos os lapsos de memória eram atribuídos sobretudo à senilidade ou ao uso de substâncias entorpecentes. 

Por muito tempo, não foi dada a devida importância ao achado de Alzheimer. Não por desleixo, mas por uma questão demográfica. Como até a II Guerra Mundial a expectativa de vida na Europa e nos Estados Unidos mal chegava aos 60 anos, a doença descrita por ele era rara.




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