sábado, 16 de fevereiro de 2013

FISIOTERAPIA PARA ALZHEIMER



Members of the Community Alzheimer's Respite & Enrichment Club perform stretching exercises.

Exercícios fortalecem os idosos doentes e prolongam sua independência, sobretudo durante as fases iniciais da doença


Quando a doença de Alzheimer é diagnosticada, na maioria das vezes médicos e familiares se concentram nas perdas cognitivas e deixam de lado a parte física. Em pesquisa realizada na USP, a fisioterapeuta Eliane Mayumi Kato mostra que exercícios de fisioterapia, aplicados na fase inicial, fortalecem o paciente, favorecem a sua independência e reduzem o risco de quedas e podem prorrogar as perdas.

A tese confirma o que Eliane percebeu ao longo do seu trabalho com idosos: na medida em que a doença avança, o paciente perde a mobilidade até se tornar incapaz. Nos últimos estágios, muitos ficam em posição fetal, causando encurtamento dos membros e deformidades físicas, dificultando até mesmo uma troca de fraldas, por exemplo. "Portanto, a fisioterapia pode ajudar a diminuir a progressão do Alzheimer. Os exercícios são capazes de prolongar a fase da doença em que está o paciente", explica a fisioterapeuta, especializada em Gerontologia.

Para realizar a pesquisa, Eliane selecionou 40 idosos saudáveis, 25 pacientes na fase inicial do Alzheimer e 23 no estágio moderado da doença. A média de idade dos grupos era de 76 anos. Todos os participantes foram submetidos a testes de equilíbrio que simulavam as atividades do dia-a-dia, e seus familiares foram questionados quanto a ocorrência de quedas e as atividades funcionais que realizavam.

Quanto ao equilíbrio, Eliane percebeu que a perda da estabilidade começa na fase moderada, já que os idosos com Alzheimer no estágio inicial apresentaram os mesmos desempenhos do grupo saudável. Já a capacidade funcional dos pacientes reduziu com a progressão da doença. "A fisioterapia pode minimizar essa perda, e prorrogá-la para os estágios mais avançados da moléstia", completa Eliane.

Segundo a fisioterapeuta, quando os médicos diagnosticam o Alzheimer, acabam dando mais atenção à parte cognitiva, pois é a principal mudança que a doença acarreta nesse estágio. Porém, ela acredita que o corpo não pode ser deixado de lado. "É importante que nas fases iniciais os pacientes façam algum exercício, pois ganham força muscular e estabilidade, além de independência mais prolongada", afirma Eliane.

Além dos exercícios, ela também ressalta que a ajuda de cuidadores e familiares é fundamental para estimular e manter o idoso em atividade. A especialista recomenda manter as atividades que ele tinha antes da doença, e permitir que ele faça certos movimentos, como andar e comer. "É importante que ele seja inserido no meio social. Leve-o para ajudar na cozinha, estimule-o a conversar com os amigos, a fazer alguma atividade em casa", sugere Eliane.
Fonte: www.maisde50.com.br








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