quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

DEMÊNCIA VASCULAR: A SEGUNDA CAUSA MAIS COMUM DE DEMÊNCIA




A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de demência(a primeira é a Doença de Alzheimer).

Ela tende a apresentar um início um tanto mais precoce que a Doença de Alzheimer e, ao contrário da doença de Alzheimer, os homens são mais freqüentemente afetados que as mulheres.


O início da Demência Vascular é tipicamente súbito, seguido por um curso flutuante e gradativo, caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, ao invés de uma progressão lenta. O curso, entretanto, pode ser altamente variável, e um início insidioso com declínio gradual também é encontrado.

Para o diagnóstico de Demência Vascular deve haver evidências laboratoriais de doença cerebrovascular consideradas relacionadas com a demência.
Os sinais neurológicos focais na Demência Vascular incluem
resposta extensora plantar,
paralisia pseudobulbar,

anormalidades da marcha,
exagero dos reflexos tendinosos profundos ou
fraqueza de uma das extremidades.


A tomografia computadorizada (TC) do crânio e a imagem por ressonância magnética (IRM) geralmente evidenciam múltiplas lesões vasculares do córtex cerebral e estruturas subcorticais.
Existem cada vez mais evidências de que a Demência Vascular possa coexistir com a Doença de Alzheimer, levando a uma confusão diagnóstica.
Nesse caso as lesões vasculares contribuiriam para a gravidade da Doença de Alzheimer (Snowdon, 1997).


A diferenciação entre Doença de Alzheimer e Demência Vascular costuma ser difícil e muitos tipos de doença vascular do cérebro podem levar a um comprometimento da cognição suficiente para originar um quadro demencial.
Essas doenças vasculares incluem:

· Infartos grandes;
· Infartos lacunares;
· Infartos fronteiriços (watershed infarction); e
· Doença de pequeno vaso (doença de Binswanger).

A Ressonância Magnética ampliou o conhecimento do padrão de lesões na demência vascular, proporcionando ainda indícios para a causa de base da demência vascular. Por exemplo, múltiplos infartos grandes sugerem embolia repetida e, portanto, as investigações cardíacas devem ser direcionadas para a detecção de uma fonte de embolia.

Os infartos lacunares sugerem hipertensão mal controlada, ao passo que alterações isquêmicas sugerem doença de pequeno vaso, que pode produzir um quadro clínico de declínio gradual semelhante ao da Doença de Alzheimer. O padrão de déficits na Demência Vascular pode ser subcortical, cortical ou misto, dependendo das localizações das lesões. Um padrão em degraus de declínio é típico da demência multi-infarto.

O DSM.IV classifica um subtipo de Demência Vascular chamado Com Humor Deprimido, usado no caso do humor deprimido ser a característica predominante. Um outro especificador seria no caso da Demência Vascular ser acompanhada de Perturbação do Comportamento, que pode ser usado para indicar perturbações comportamentais significativas, como por exemplo, vagar a esmo pelas ruas.

Em geral, são recomendadas medidas terapêuticas como exercícios regulares, o uso de agentes anticoagulantes e antiplaquetários, controle da hipertensão, de eventuais arritmias cardíacas por representarem importantes fontes de embolias, estenose da artéria carótida, hiperlipidemia (excesso de colesterol e triglicérides) e diabetes.

Critérios Diagnósticos do DSM.IV para Demência Vascular
A. Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados tanto por (1) quanto por (2):

(1) comprometimento da memória (capacidade prejudicada de aprender novas informações ou de recordar informações anteriormente aprendidas)

(2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas:
(a) afasia (perturbação da linguagem)
(b) apraxia (capacidade prejudicada de executar atividades motoras, apesar de função motora intacta)
(c) agnosia (fracasso em reconhecer ou identificar objetos, apesar de função sensorial intacta)
(d) perturbação do funcionamento executivo (isto é, planejamento, organização, seqüenciamento, abstração)

B. Os déficits cognitivos nos Critérios A1 e A2 causam, cada qual, um prejuízo significativo no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível anterior de funcionamento.

C. Sinais e sintomas neurológicos focais (por ex., exagero dos reflexos tendinosos profundos, resposta extensora plantar, paralisia pseudobulbar, anormalidades da marcha, fraqueza em uma das extremidades) ou evidências laboratoriais indicativas de uma doença cerebrovascular (por ex., múltiplos infartos envolvendo o córtex e substância branca) considerados etiologicamente relacionados à perturbação.

3 comentários:

  1. ana paula eugenia martins27 de agosto de 2010 às 21:30

    muito boa essa materia\sintomas semelhantes que precisamos ficar atentos,podemos achar que e mau
    humor,mas devemos dar a importancia certa aos sintomas.

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  2. Ana Paula
    É verdade, precisamos estar muito atentos porque embora a Demência Vascular seja caracterizada por alterações cognitivas associadas com os acidentes vasculares cerebrais, e que possuem evidência clínica e radiológica.

    Para um diagnóstico conclusivo de Demência Vascular deve haver evidências laboratoriais de doença cerebrovascular relacionadas com a demência.

    E também os critérios para o correto diagnóstico, como visto no texto, devem ser seguidos.

    Obrigado pelo comentário

    Atenciosamente

    Roberto Quintana e equipe

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  3. qual o tratamento mais eficiente

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