quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

COMO CHEGAR AOS CEM ANOS?


A longevidade de Niemeyer e dona Canô





















O país perdeu neste mês seus centenários mais famosos:  
o arquiteto Oscar Niemeyer, no dia 5, e ontem, dia 25, dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia. 


Ele se foi aos 104 anos e ela, aos 105.


Ainda que na história contemporânea haja casos mais extremos de longevidade, como o da francesa Jeanne Calment (1875-1997), que andou de bicicleta até os cem anos, caminhou sozinha até os 115 e bebeu um copo de vinho até a véspera de morrer, aos 122 anos, o fato de Niemeyer e dona Canô terem ultrapassado a barreira dos cem anos lúcidos e ativos sempre provocou fascinação em nós, brasileiros.


E a pergunta que fazemos constantemente é: como chegar bem aos cem ou mais? A ciência já sabe que a genética responde só por 30% da longevidade. O resto depende de nós. 


Entram no pacote itens como dieta, exercícios, atitudes positivas e vida social.


Na verdade, existem hoje vários grupos internacionais estudando comunidades de longevos extremos para tentar entender fatores que poderiam contribuir, em conjunto ou isoladamente, para uma vida mais longa e saudável.


O que eles já sabem é que a longevidade extrema, acima de 110 anos, continuará sendo uma condição para bem poucos. 


No último levantamento, do ano passado, haviam apenas 70 supercentenários no mundo (65 mulheres e cinco homens). Outros 400 alegavam essa idade, mas não tinham documentos que a comprovassem.


Já a população de centenários é muito maior e cada vez mais crescente. Só no Brasil, são quase 24 mil, segundo o IBGE. Bahia (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597) são os Estados com a maior concentração.


Várias instituições, como a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a USP, acompanham grupos de idosos para avaliar o quanto é possível manter a sobrevida sem incapacidade física, mental, emocional e social.


O que já se sabe é que, sim, é possível viver muito e chegar ao fim com um certo grau de independência, como tinham Niemeyer e dona Canô até bem pouco tempo antes de morrer. As propostas apontam para a necessidade de se manter uma boa dieta, uma atividade física permanente e prolongada e um estímulo cognitivo.


Para a psicóloga alemã Dagmara Wosniak, que estuda populações de centenários de Heidelberg, a extroversão, a cognição e uma rede social preservada (família e/ou amigos) são os fatores mais associados à felicidade nessa fase da vida.


Contudo, resultados preliminares do estudo Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), desenvolvido pela USP, acenderam uma luz vermelha para o país.


O trabalho, que monitora como os paulistas estão envelhecendo, apontou que a nova geração de idosos, que estão hoje na faixa dos 60 anos, parece estar mais doente e como menos mobilidade do que os idosos "mais velhos" quando tinham a mesma idade.


É uma pena que dados como esses ainda fiquem circunscritos à academia. Deveriam fazer parte de uma política séria de governo, que estivesse focada em preparar o país para a incrível virada na pirâmide da idade populacional. Em 20 anos, a nossa população de idosos irá dobrar. Nossos dias de país jovem estão contados. Mas parece que pouca gente está prestando atenção nisso...
Avener Prado/Folhapress
Cláudia Collucci (FOLHA DE SÃO PAULO) é repórter especializada na área da saúde. 
Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde.
 É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.









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EM 1 AGO 2012

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FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A LONGEVIDADE











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